ATA DA
TRIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 15.05.1996.
Aos quinze
dias do mês de maio ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na Sala
de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella,
Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi
Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João
Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho,
Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum,
Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo.
Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias das Atas da
Trigésima Terceira Sessão Ordinária, que foi aprovada. à MESA foram
encaminhados: pela Vereadora Clênia Maranhão, 02 Pedidos de providências; pelo
Vereador Edi Morelli, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Isaac Ainhorn, 1
Pedido de Providências; pelo Vereador Jocelin Azambuja, 01 Emenda no
01 ao Projeto de Resolução n.o 44/95 (Processo n.o
2392/95); pelo Vereador Luiz Negrinho, 01 Indicação n.o 39/96
(Processo no 1242/96), 01 Projeto de Lei do Legislativo n.o
58/96 (Processo no 1116/96), 01 Projeto de Lei Complementar do
Legislativo n.o 09/96 (Processo no 1224/96); pelo
Vereador Paulo Brum, 02 Pedidos de Providências e pelo Vereador Raul Carrion,
01 Emenda no 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo no
21/93 (Processo n.o 1704/93) e 01 Pedido de Providências. DO
EXPEDIENTE constaram: Ofício n.o 83/96, do Senhor Cézar Augusto
Busatto, Secretário de Estado da Fazenda: Telegramas: do Desembargador Nelson
Rassier - do Tribunal de Justiça do Estado, do Senador José Sarney, Presidente
do Senado Federal, da Diretoria do Centro de Professores do Estado - Sindicato,
do Juiz Paim Falcão, Presidente do Tribunal Regional Federal - 4.a
Região; do Senhor Berfran Rosado, Secretário de Estado de Trabalho, Cidadania e
Assistência Social e da Senhora Maria da Glória de Almeida. Defensora Pública
Geral do Estado. A seguir, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica Municipal,
Tribuna Popular, o Senhor. Presidente concedeu a palavra à Senhora Marlene
Danesi, 3.a Vice-Presidente da Associação Sul-riograndense de
Fonoaudiologia, que discorreu sobre a importância da I Jornada de
Fonoaudiologia Hospitalar, externando seus agradecimentos à Vereadora Clênia
Maranhão e ao Prefeito Municipal pelo atendimento, respectivamente, de Pedido
de Providências encaminhado e pela criação do cargo de fonoaudiólogo no quadro
funcional do Município de Porto Alegre, bem como ao Presidente da Casa pela
oportunidade de manifestar-se na Tribuna Popular, encarecendo o apoio de todos
os Vereadores no momento em que o Projeto for votado. Após, o Senhor Presidente
reportou-se ao pronunciamento da Senhora Marlene Danesi, solicitando a atenção
dos Senhores Vereadores ao Projeto referido, o qual já está tramitando nas
Comissões Permanentes. Os trabalhos estiveram regimentalmente suspensos das
quatorze horas e trinta minutos às quatorze horas e trinta e dois minutos. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, 1.a Sessão, estiveram: os Projetos de
Lei do Legislativo n.os 62/96, discutido pelo Vereador João Dib, e
53/96, discutido pelos Vereadores Airto Ferronato, Raul Carrion e Reginaldo
Pujol; em 2.a Sessão, o Projeto de Lei do Executivo n.o
25/96, discutido pelo Vereador João Dib, e o Projeto de Resolução n.o
09/96; em 3.a Sessão, o Projeto de Lei do Executivo n.o
23/96. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão pronunciou-se a
respeito do reajuste irrisório do salário do salário mínimo, em índice inferior
à inflação real, enquanto os preços dos produtos e serviços estão sendo
reajustados em níveis bem superiores ao do reajuste proporcionado,
exemplificando com a questão dos planos de saúde. Após o Senhor Presidente
informou ao Plenário dos pareceres da Procuradoria da Casa acerca de
Requerimento encaminhado pelo Vereador Henrique Fontana atinente à Comissão de
Inquérito e quanto à Questão de Ordem encaminhada pelo Vereador Raul Carrion,
no que diz respeito à participação da Bancada do Partido Comunista do Brasil na
constituição das Comissões Permanentes. A seguir, Senhor Presidente acolheu
Questão de Ordem do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando manifestação da
Comissão de Constituição e Justiça no tocante à extensão da decisão contida no
Parecer da Procuradoria. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Negrinho
reportou-se ao descaso com a segurança pública reinante no Bairro Cristal,
exigindo providências imediatas dos órgãos responsáveis. O Vereador Edi Morelli
criticou o ex-Diretor do Departamento Municipal de Habitação, Senhor Hélio
Corbellini, pela alteração na tabela de valores das prestações dos apartamentos
do Jardim Leopoldina II. O Vereador Raul Carrion colocou-se à disposição dos
moradores do Jardim Leopoldina II para defesa de seus interesses, tecendo
considerações ao que considera um “festival de integração” que assola o país,
notadamente nas áreas de telecomunicações, bancária e seguro saúde. O Vereador
Antonio Hohlfeldt externou sua preocupação com a alta inadimplência que está
havendo no Departamento Municipal de Habitação e relatou as dificuldades
enfrentadas para agendar uma audiência com o Diretor Geral do Departamento
Municipal de Água e Esgotos, Senhor Dieter Wartchow. O Vereador João Dib
reiterou a necessidade de encontrar-se uma solução para os moradores do Jardim
Leopoldina II, considerando uma aberração os valores que se pretende cobrar. Os
trabalhos estiveram regimentalmente suspensos das quinze horas e trinta e sete
minutos às quinze horas e trinta e oito minutos. A seguir, constatada a
existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento do
Vereador Luiz Negrinho, solicitando inversão na disposição dos projetos
constantes na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os
Projetos de Lei do Legislativo n.os 29/96, 66/96, 144/95, 148/95,
152/95, 04/96 e o Projeto de Lei do Executivo n.o 13/96. Em
Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Resolução n.o
07/96, por vinte e nove Votos SIM, dos Vereadores Airto Ferronato, Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren,
Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol,
Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib,
João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz
Braz, Luiz Negrinho, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Raul Carrion,
Reginaldo Pujol e Wilton Araújo, após ter sido invertido na Ordem do Dia, por
Requerimento, aprovado, do Vereador Elói Guimarães. Em votação Nominal, 1.o
turno, foi rejeitado o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n.o 02/95,
por treze Votos SIM, oito votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, votando Sim os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio
Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana,
João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann e Raul Carrion, votando Não
os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Dilamar Machado, Fernando Záchia,
João Dib, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo, optando pela
abstenção os Vereadores Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Luiz Negrinho e Paulo Brum. Em
Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo
n.o 21/93, que após discutido pelo Vereador Raul Carrion, teve sua
votação adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do
Vereador Raul Carrion. Ainda, do mesmo Vereador, foi aprovado Requerimento
solicitando dispensa do envio da Emenda n.o 02 ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo n.o 21/93, às Comissões de Constituição
e Justiça; Economia, Finanças e Orçamento; Urbanização, Transportes e Habitação
e Saúde e Meio Ambiente. Ainda, em Discussão Geral e Votação, foram aprovados:
o Substitutivo n.o 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo
n.o 10/95; o Projeto de Lei do Executivo n.o 56/95, por
dezenove Votos SIM e cinco ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos Vereadores
Jocelin Azambuja e João Dib, e submetido à votação nominal, a Requerimento,
aprovado, do Vereador Antonio Hohlfeldt, votando Sim os Vereadores Airto
Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói
Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
João Motta, João Verle, José Valdir, Luiz Braz, Maria do Rosário, Mário Fraga,
Paulo Brum, Pedro Ruas, Raul Carrion e Reginaldo Pujol, e com as abstenções dos
Vereadores João Dib, Jocelin Azambuja, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal e
Wilton Araújo. Em Votação, esteve o Projeto de Resolução n.o 10/94,
que por determinação do Senhor Presidente, foi retirado da Ordem do Dia até que
ocorra manifestação da Comissão de Constituição e Justiça quanto as dúvidas
relacionadas à votação do mesmo. Em prosseguimento, foram aprovados os
Requerimentos: n.o 98/96 (Processo n.o 1346/96), de
autoria do Vereador Lauro Hagemann, solicitando Moção de Repúdio à inclusão da
pena de prisão e de multas extorsivas a empresas de comunicação no Projeto de
Lei de Imprensa que ora tramita no Congresso Nacional, após ter sido
encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Dilamar Machado e
Lauro Hagemann; n.o 100/96 (Processo n.o 1363/96), de
autoria da Vereadora Maria do Rosário, solicitando Moção de Solidariedade à
luta dos familiares dos mortos e desaparecidos na guerrilha do Araguaia, após
ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Pedro Américo Leal, Clovis
Ilgenfritz, Raul Carrion, Maria do Rosário e Antonio Hohlfeldt; n.o
99/96 (Processo n.o 1347/96), do Vereador Dilamar Machado,
solicitando Moção de Apoio e transcrição para os Anais da Casa, do artigo
intitulado “Moinhos de Vento”, de autoria do historiador Décio Freitas,
publicado na página 19 do Jornal Zero Hora, edição do dia doze de maio do
corrente ano. A Sessão esteve regimentalmente suspensa das dezessete horas e
vinte e seis minutos às dezessetes horas e vinte e sete minutos. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Mário Fraga falou a respeito do não asfaltamento de
ruas, apesar da solicitação ter sido encaminhada ao Orçamento Participativo,
questionando os critérios adotados na execução de determinadas obras. A Sessão
esteve regimentalmente suspensa das dezessete horas e trinta e seis minutos às
dezessetes horas e trinta e sete minutos. Ainda em GRANDE EXPEDIENTE, o
Vereador Pedro Américo Leal externou sua desconformidade com a falta de
providências, pelas Secretarias Municipais de Transportes e Obras e Viação, no
que concerne aos problemas existentes com a sinaleira localizada na área de
acesso à Câmara Municipal de Porto Alegre. Constatada a inexistência de
“quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos às dezessete
horas e cinqüenta e cinco minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, e Mário Fraga e
secretariados pelos Vereadores Edi Morelli, Fernando Záchia e Luiz Negrinho. Do
que eu, Fernando Záchia, 1o Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por
mim e pelo Senhor Presidente.
ERRATA
ATA DA TRIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA - EM 15.05.1996.
- Durante os
registros referentes ao período de PAUTA, deve ser acrescentado o nome do
Vereador José Valdir à relação dos Vereadores que discutiram o Projeto de Lei
do Legislativo n.o 62/96.
- No início
dos registros referentes ao período de ORDEM DO DIA, onde se lê “(...) Em
Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo n.os
29/96, 66/96(...)”, leia-se “(...) Em Discussão Geral e Votação, foram
aprovados os Projetos de Lei do Legislativo n.os 29/96, 66/95(...)”.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): Passamos
à
TRIBUNA POPULAR
Utilizará a Tribuna Popular a Associação sul-rio-grandense de
Fonoaudiologia. O assunto é a I Jornada de Fonoaudiologia Hospitalar da ASFA. A
oradora, a Sra. Marlene Danesi, representando a Associação, está com a palavra.
A SRA. MARLENE DANESI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome da
Associação Sul-rio-grandense de Fonoaudiologia eu gostaria de fazer duas
colocações. Em primeiro lugar, sobre a I Jornada de Fonoaudiologia Hospitalar,
que acontecerá nesta sexta e sábado no Hotel Continental. Esta Jornada é
importante porque a fonoaudiologia está abrindo os seus espaços e, dentro dos
hospitais, ainda, aqui em Porto Alegre, não é uma prática. Isso é importante na
prevenção de problemas de crianças que nascem com surdez ou com qualquer outra
deficiência. Eu gostaria que fosse divulgada essa Jornada.
O mais importante é sobre o nosso pedido, que foi feito há um ano
atrás, à Vera. Clênia Maranhão, para que fizesse um Pedido de Providências ao
Executivo para a criação de cargos de fonoaudiologia no Município de Porto
Alegre. Esse pedido foi atendido pelo Prefeito Municipal, até, agradecemos,
porque esse mesmo pedido foi feito antes para o estado, e até hoje não se teve
resposta. O Prefeito foi sensível ao Pedido de Providências.
Também gostaríamos de agradecer ao Presidente desta Casa, Ver. Isaac
Ainhorn, que, compreendendo a importância do assunto, chamou-nos,
oferecendo-nos esta tribuna e dando apoio para isso. Eu gostaria de pedir a
todos os Vereadores que no momento em que este Projeto vier para votação, que
houvesse uma urgência na votação. Inclusive, gostaria de pedir à Bancada ao
Líder do PT que, também, levasse o nosso agradecimento ao Sr. Prefeito. Para
qualquer esclarecimento, estamos à disposição. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Algum Vereador deseja se
manifestar sobre o tema da Tribuna Popular? Não havendo quem queira se
manifestar, registro a satisfação de se ter a representante da Associação
Sul-rio-grandense de Fonoaudiologia fazendo uso da Tribuna Popular.
Uma comissão de dirigentes dessa Associação esteve conosco, e, nós,
sentido a importância do tema, da realização da I Jornada de Fonoaudiologia na
Cidade de Porto Alegre, e considerando que tramita nesta Casa - inclusive a
Vera. Clênia Maranhão está trabalhando nesse assunto: a criação do cargo de
fonoaudiólogo no âmbito do Município de Porto Alegre - entendemos que é um
avanço significativo em relação a essa atividade, que ainda não é contemplada
dentro do quadro funcional do Município.
Esse Projeto já está tramitando, o Prefeito Tarso Genro já encaminhou o
Projeto à Casa. Os Vereadores têm que ter em relação a esse Projeto uma atenção
especial por tudo o que representa. Com responsabilidade as Comissões
Permanentes da Casa haverão de se manifestar dos pontos de vista jurídico,
legal técnico em relação ao próprio mérito da proposta de criação de cargos de
fonoaudiólogos no Município de Porto Alegre.
Não há dúvida de que é um avanço significativo da Cidade, que responde
aos desafios das novas funções, assim como aqui na Câmara há uma atividade
muito antiga e ainda não é contemplada no corpo técnico que são os
profissionais da ciência política. Não existe cargo previsto para esta
atividade e que é da maior importância para um legislativo. É uma reflexão que
esta Casa deve fazer dentre as novas funções, e, algumas não tão novas, porque
a fonoaudiologia já existe há bastante tempo. Receba, portanto, Doutora
Marlene, o nosso apoio e a nossa solidariedade.
O SR. AIRTO FERRONATO
(Esclarecimento): Sr. Presidente, gostaríamos de fazer um registro, pois ontem à tarde a
Comissão de Constituição e Justiça aprovou o Parecer referente ao Projeto que
cria cargos de fonoaudiólogo.
O SR. PRESIDENTE: Este é o registro
extremamente importante que foi feito pelo Presidente da Comissão de
Constituição e Justiça a quem agradecemos e que já fica como um elemento
oficial a ser comunicado por ocasião da I Jornada de Fonoaudiologia que se
realiza neste fim de semana na Cidade.
Suspendemos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h30min.)
O SR. PRESIDENTE (às
14h32min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1a SESSÃO
PROC. 1235/96 - PROJETO DE LEI LEGISLATIVO NO
062/96, de
autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Rua Ruy Rodrigo Brasileiro de
Azambuja um logrodouro público localizado no Jardim Veronese, Bairro Belém
Novo.
PROC. 0992/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO NO
053/96, de
autoria do Ver. Raul Carrion, que altera o art. 6o da Lei no
7532, de 25.10.94, que autoriza o Executivo Municipal a conceder
vales-alimentação a funcionário efetivo e em comissão e servidores celetistas
ativos.
2a SESSÃO
PROC. 1230/96 - PROJETO DE LEI EXECUTIVO NO
025/96, que
declara de utilidade pública a Associação de Moradores da Vila São Vicente
Mártir.
PROC. 1117/96 - PROJETO DE RESOLUÇÃO NO
009/96, de
autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o título de Esportista Exemplar ao
Senhor Rui Barbosa da Silva.
3a SESSÃO
PROC. 1197/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO NO 023/96, que autoriza a desafetação da passagem de
pedestres proveniente do Loteamento Vila Assunção, que será fracionada em dois
lotes.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, na Pauta do dia de hoje, uma proposição do Ver. Antonio Hohlfeldt,
que denomina Ruy Rodrigo Brasileiro de Azambuja um logradouro público
localizado no Jardim Veronese, Bairro Belém Novo. Nada contra a homenagem, e
por certo é totalmente justa, mas tudo contra a extensão do nome do
homenageado. Evidentemente, que em vida o nosso Ruy Rodrigo Brasileiro de
Azambuja não era assim chamado, seria por algumas razões chamado de Ruy
Brasileiro de Azambuja ou Ruy Rodrigo de Azambuja. Um nome muito extenso e que
dificulta o Correio, dificulta as comunicações em geral e a própria fixação por
parte do público do nome do homenageado. Então, eu sei que o Ver. Antonio
Hohlfeldt vai examinar - já aconteceu em outros processos - e um dos nomes será
retirado e ficará então mais acessível para fixação nas nossas mentes o nome do
homenageado.
E aqui, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, um Projeto do Executivo, que
declara de utilidade pública a Associação de Moradores da Vila São Vicente
Mártir. Há exatamente quarenta e quatro anos atrás, no dia 15 de maio, eu
começava a trabalhar na Prefeitura e conheci a primeira vila que me mostraria
as dificuldades que convivem as pessoas da periferia da Cidade. Era o meu trabalho,
naquele primeiro dia, fazer um levantamento topográfico na Vila Maria da
Conceição e eu nunca vou esquecer que uma das coisas que eu medi tinha 1m64cm
de comprimento por 1m32cm. Aí, quando dou essas medidas as pessoas devem
perguntar: como é que teria cama? Como é que teria fogão? Como é que teria o
mínimo indispensável para sobrevivência? A cama era de solteiro, cortado um
pedaço, que era colocado sobre um caixote de querosene, que servia de apoio. O
fogão era do lado de fora, numa grelha ou num pedaço de lata de tonel que
funcionava como fogão.
Desde aquele tempo eu aprendi a ver as dificuldades, por isso falo na
Vila São Vicente Mártir. Quando prefeito, a primeira visita à vila, foi à Vila
São Vicente Mártir, que era a melhor figura da miséria, do desprezo pela vida
humana, pelas condições de vida que tinha lá. Nós fizemos uma visita com o
Governador Jair Soares, dois dias depois de eu ter assumido a prefeitura e
começamos a arrumar aquela vila, dando água, esgoto, saneamento e disse que foi
até a ONU. Mas, dessa vez, foi até a ONU. Não é como aquela história do
Orçamento Participativo que, ainda, não foi à ONU. Noticiaram que já gastaram
dinheiro e tem um projeto de lei alterando a Lei Orgânica, dizendo da
publicidade, da legalidade, da honorabilidade.
Eu não sei se é correto o que fez a administração da prefeitura, que
hoje quer a declaração de utilidade pública da Associação dos Moradores da Vila
São Vicente Mártir, mas anuncia que vai à ONU ou que não irá à ONU, que é o
Orçamento Participativo.
Portanto, o Executivo está de parabéns. Está se preocupando com alguma
coisa que no passado foi feita por outros, mas que vai dar à associação
condições de pleitear algo mais, para que aquela Vila seja sempre lembrada,
sempre melhorada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está
com a palavra.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Eu estou me inscrevendo nesta discussão de Pauta, para tratar do
Processo 992/96, de autoria do Ver. Raul Carrion. A proposta autoriza o
Executivo Municipal a conceder vales-alimentação a funcionário efetivo e em
comissão e o servidor celetista ativo.
Gostaria de começar, registrando que os Vereadores de Porto Alegre não
têm competência para apresentar uma proposta nesse sentido para os servidores
da Câmara Municipal de Porto Alegre, eis que propostas que tratam de pessoal
devem ser iniciativa da Mesa Diretora da Câmara. Já há algum tempo atrás,
tratamos de um Projeto do Ver. Mário Fraga. Para nós ficaria fácil colocar uma
proposta mais ou menos dizendo que estaríamos autorizando o Executivo a dar um
aumento de 50% para todos os servidores, ou seja, uma autorização.
O Vereador faz uma bela exposição no documento que nos apresenta,
argumentando sobre inc. XX do art. 3.o da nossa Lei Orgânica: se o
Município não cumpre lei relativamente aos servidores do Executivo, o caminho
que nós, Vereadores, temos é o da Justiça, ou seja, ingressar na Justiça para
fazer com que a lei seja cumprida. Mas não é correto apresentar proposta nos
termos em que o Ver. Raul Carrion fez.
A proposta do Ver. Mário Fraga vinha no mesmo sentido e votei
contrariamente a ela: concedia periculosidade para o pessoal do DMAE, e assim
por diante. Esse tipo de proposta não leva ao melhor caminho. Deveríamos, isso
sim, discutir o processo, para forçar o Executivo a atender a Lei. Jamais
encaminhar proposta que “autoriza o Executivo a conceder vale-alimentação”. Na
verdade, quem tem a iniciativa do cumprimento da lei não-autorizativa é o
Executivo Municipal de Porto Alegre. Qualquer outra análise a respeito desse
tema, eu vejo como dificultada e não dentro das normas razoáveis do direito,
até mesmo porque a manifestação da Auditoria, dizendo que o processo tem vício
de iniciativa, é inconteste, salvo melhor juízo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador é o Ver.
Dilamar Machado, que desiste.
Com a palavra o Ver. Raul Carrion.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, prezados amigos presentes. O que me traz à tribuna é a discussão do
Projeto que acaba de referir o Ver. Airto Ferronato. Me permito discordar, pois
parece que ele não terá lido perfeitamente o nosso Projeto.
Vejam bem, não estamos tendo a iniciativa de criar o vale-alimentação.
Ele foi definido na Lei orgânica, art. 31, item 20, onde coloca direitos do
servidor do município: auxílio-transporte, auxílio-refeição, auxílio-creche.
Posteriormente, houve um projeto do Executivo, de 25.10.94, foi
promulgado, onde neste Projeto, de iniciativa do Executivo: é autorizado o
Executivo Municipal a conceder vale-alimentação.
Então, a iniciativa não é minha, já existe o vale-alimentação.
Qual é o problema? Nesta lei no art. 2 diz que os vales-alimentação
serão concedidos na base de 25 unidades por mês. Tudo bem. Só que lá adiante
afirma: que estão excluídos da disposição da presente lei o funcionário,
servidor celetista em gozo de licença, etc. E neste art. 6, parágrafo 1.o-
é sobre ele que buscamos fazer uma correção -, afirma que “ao funcionário ou
empregado em gozo de licença ou tratamento de saúde, ou auxílio previdenciário,
o restabelecimento da concessão de vales-alimentação dar-se-á sempre com vistas
ao mês subseqüentes do retorno às atividades do cargo ou função pelo servidor”.
Então vejam bem: e servidor que retornar, por exemplo, no dia 1o de
março, Ver. Airto Ferronato, já existe o vale-refeição, ele tem direito ao
vale-refeição, a Lei foi de iniciativa do Executivo, foi sancionada. Ele sai,
estava em silêncio, retorna, começa a trabalhar no dia 1o de março.
Pelo parágrafo 1.o ele trabalha todo o mês de março, 31 dias e não
recebe o vale-refeição. Em compensação, o funcionário que retornou no último
dia de fevereiro, ele trabalha 31 dias de março e recebe o vale-refeição. Onde
estaria o direito ao vale-refeição, assegurado por uma lei de iniciativa do
Executivo? Onde estaria o princípio maior da isonomia legal entre esses dois
funcionários? Então nós corrigimos defendendo que no mês em que ele retornar
ele receberá os vales-refeições referente aos dias trabalhado.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Raul Carrion, V. Exa. pode não estar criando o
vale-refeição, está redistribuindo, reformulando, mas V. Exa. aqui está criando
um antejurídico novo no Município, e isso V. Exa. não pode fazer. No seu art.
3.o parágrafo 3.o V. Exa cria Administração Pública do
Município, esse órgão não existe, portanto, está sendo criando neste momento.
Gostaria que V. Exa., procurasse uma redação mais condizente.
O SR. RAUL CARRION: Deve ter havido aqui um
erro, talvez na datilografia. Acatamos a observação do Ver. Dib. Mas o
fundamental é o conteúdo, e o conteúdo que entendemos que é não tomar
iniciativa de criar o vale-refeição e só corrigir um injustiça flagrante que
deve ter passado despercebido, que é válida a nossa proposição. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com
a palavra, para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ VALDIR: Eu me inscrevi em Pauta
apenas para retomar, embora de forma bastante sucinta e rápida, uma preocupação
que sempre tive na Legislatura anterior, quando fui Vereador, e continuou tendo
nesta Legislatura. É sobre a questão dos nomes de rua. Fui, na Legislatura
passada, um apoiador intransigente de um projeto que o Ver. Décio Schauren
tinha na época que dizia que se a Câmara de Vereadores apresentasse um projeto
de lei dando nomes a ruas e logradouros públicos desta Cidade teria que
consultar a população e este Projeto, pelo que sei, não foi aprovado, pelo
menos como era originalmente a proposição, ou seja, que todos os nomes da rua
tivessem que ter uma consulta à população.
Acho isso da maior importância, embora seja perfeitamente legal que os
Vereadores apresentem nomes de rua, no momento em que não existe essa
obrigatoriedade da consulta à população, nós homenageamos a família de alguém
com nome de ruas, daqueles locais que estamos dando nome.
Sempre na minha vila, ou em outras vilas, do dia para a noite,
encontramos nomes desconhecidos. A vila toda com suas ruas nominadas sem que a
Associação de Moradores, nem os próprios moradores, fossem consultados. Nomes
que ignoram e até desconhecem toda a história da comunidade. Vamos ter que, num
processo de aperfeiçoamento do Legislativo, modificar. Não é mais possível que
a Câmara de Vereadores, em nome da autonomia do poder de legislar dos
Vereadores, continue a desconhecer e a ignorar a participação popular e a impor
nomes que muitas vezes não tem nada a ver com a realidade, com a sensibilidade
e com a história das ruas e dos locais pelos quais a Câmara de Vereadores acaba
impondo determinados nomes. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a Casa discuti hoje e, preliminarmente, alguns Projetos de Lei,
inclusive o Projeto do Ver: José Valdir, que não foi, neste momento, objeto do
Ver. José Valdir porque entendi que ele tinha-se manifestado, pois está com
ele, em seu poder, que altera o artigo 6.o, da Lei 7532, de 26.10.94,
que autoriza o Executivo Municipal a conceder vales-alimentação aos
funcionários efetivos e em comissão e a servidores seletivos ativos. O Ver.
Carrion diligentemente, já fez chegar até as nossas mãos cópia da manifestação
que fez junto à Diretoria Legislativa que tem como objetivo contraditar essa
expressão adequado o Parecer prévio da nossa Procuradoria que sustenta que a
matéria de que trata a presente proposição por inserir-se no regime jurídico do
servidor público, é de iniciativa reservada ao chefe do executivo municipal por
força do artigo 94, VII, letra b, da Lei Orgânica do Município nos moldes do
artigo 60, II, letra B, da Constituição do estado e 61 - parágrafo 1.o
, II, C - da Constituição Federal.
Resumindo, a referência que se faz aos três Diplomas Legais que são,
respectivamente, as leis maiores da União, do Estado e do Município é no que
diz respeito à iniciativa dos Srs. Vereadores para versar bem sobre
determinadas matérias, cuja competência a Doutrina tem sustentado largamente, como
sendo competência privativa dos chefes dos Executivos, quer da União, dos
Estados ou dos Municípios. É o que diz, no caso do Município de Porto Alegre, o
art. 94 da Lei Orgânico Municipal quando afirma que compete privativamente ao
Prefeito promover iniciativa dos Projetos de Lei que dispõem sobre o regime
jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores
públicos. Eu tenho discutido largamente, especialmente no âmbito da Comissão de
Justiça, esse problema da iniciativa.
Ocorre que diante de deliberação, de decisão de acórdão da nossa Corte
Suprema há um acordo de que o vício de iniciativa, assim denominado esse avanço
que o legislador faz em matérias que são privativas à competência do titular
Executivo, esse vício é sanável no entendimento da Corte maior da República
pela sanção do Prefeito.
Isso nos autoriza ao desenvolvimento de um raciocínio segundo o qual
quem tem que resguardar o caráter privativo da sua competência é quem detém e
não aquele que eventualmente possa, em tese, contra ele incidir.
Nessa linha, tenho sustentado que a Casa não deve se inibir de decidir
sobre matéria que tenham aparentemente esse vício sob pena de nós estarmos nos
autopoliciando, obstando que caminhe alguma das nossas iniciativas e nos
antecipando àquilo que poderá ser exercido ou não, ou seja, o direito de quem
detém a competência privativa de exercê-la ou não, convalidando a decisão
legislativa que lhe chegara à sanção. Esse fato tem ocorrido com alguma
freqüência no cotidiano de nossa Cidade, no dia-a-dia do nosso relacionamento
com o poder Executivo.
Então, sem ter lido com a atenção que merece o Projeto do Ver. Raul
Carrion, eis que agora começa a tramitar em Discussão Preliminar, eu quero
afirmar sobre o ponto de vista técnico e jurídico, que não deve essa Casa
promover essa inibição processual apenas se escudando no aspecto iniciativa,
contornável pela sanção, como já está confirmando em várias situações similares
ocorridas nesta Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a Pauta. A Ver.
Clênia Maranhão está inscrita em tempo de Liderança.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, trago uma questão da maior importância, porque afeta uma parcela
expressiva da nossa sociedade. Recentemente, nós vimos o Governo Federal
apresentar o reajuste do salário mínimo com irrisório aumento de 12%. A cultura
inflacionaria deste País tem, por repetidas vezes, levado entidades
financeiras, econômicas e outras instituições a terem um comportamento de reajuste
dos preços dos serviços sempre em que há um reajuste do salário mínimo. A
gravidade da situação neste momento ocorre porque o salário foi reajustado num
índice menor do que o da inflação, o que por si só já define uma perda do poder
aquisitivo da população. Porém, o mais grave é que neste momento, quinze dias
após o anúncio desse reajuste, nós temos sido atingidos com o reajuste de
preços de produtos essenciais, e, além do preço dos produtos de consumo do
cotidiano, temos tido uma explosão de preço dos serviços sendo que na área de
saúde é onde se apresenta uma situação de absoluto desrespeito ao consumidor e
ao cidadão. A média dos preços do reajuste dos planos de saúde é de 100% acima
da inflação dos últimos 12 meses. Nos últimos tempos há uma avaliação de que os
planos de saúde subiram aproximadamente 40% do valor que era cobrado aos seus
associados. Se hoje se discute a dificuldade do setor público de garantir saúde
para todos e é uma pressão inclusive do processo em curso de municipalização da
saúde, por outro lado estamos sendo vítimas de um reajuste abusivo de preço das
empresas que controlam o sistema de saúde tremendamente cartelizado nesse País.
A Secretaria da Administração de Defesa Econômica do Ministério da
Justiça reuniu, recentemente, os principais representantes dessas empresas,
porém nós sabemos que, quando não há um acompanhamento, um controle, uma
fiscalização da sociedade no momento dessas negociações, o resultado dessas
negociações são desfavoráveis para o usuário, para a população que, de uma
forma dispersa, recoloca para a sociedade a sua indignação e o seu estado de
vítima diante do abuso acelerado.
Tenho em vista que a nossa Casa tem uma Comissão Técnica, uma Comissão
Permanente que trata da questão da Saúde, a qual eu presido, fiz questão de
trazer esse assunto ao Plenário por ser uma questão que não acontece por acaso.
Quando no Congresso Nacional se discute a questão da entrada massiva das
empresas estrangeiras para o controle dos planos de saúde e quando se discute
um processo de municipalização que ainda não foi garantido em todos estados
brasileiros, inclusive na Cidade de Porto Alegre prossegue num momento de
discussão.
Peço uma atenção especial dos Vereadores, porque tramita nesta Casa,
encontrando-se na Comissão de Justiça, o Código da Saúde, uma Legislação da
maior importância para o Município de Porto Alegre. É importante o empenho de
todas as comissões para a agilização da análise dos pareceres, para que
possamos, o mais rápido possível, discutir neste Plenário e votar o novo Código
de saúde para Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de responder a
uma Questão de Ordem formulada pelo Ver. Luiz Braz, solicitando que
transferisse com relação a CPI que tramita nesta Casa. Sei que existe na
Comissão um Requerimento feito pelo Ver. Henrique Fontana, solicitando que
viesse a Plenário a votação para que a CPI pudesse existir.
O Ver. Luiz Braz entende o seguinte: A CPI é um ato, porque ela foi
solicitada por dezesseis Vereadores e deferida de acordo com o que manda o
Regimento, e já foi instalada, não faltando nenhum ato para que ela exista. Ela
já tem existência. Esse Requerimento formulado pela Comissão de Justiça não tem
razão de continuar nesta Comissão e vir para este Plenário. Solicito a V. Exa.
que transfira esse problema que está na Comissão da CPI e que já está
funcionando, tendo vida própria, para não fazermos nada contrário à Legislação
existente.
Esta matéria foi encaminhada para a Procuradoria da Casa, que respondeu
o seguinte:
“Vem a esta Procuradoria, para manifestação, Requerimento apresentado
pelo Ver. Luiz Braz no sentido do encaminhamento do recurso impetrado pelo Ver.
Luiz Braz no sentido do encaminhamento do Recurso impetrado pelo Ver. Henrique
Fontana, em virtude da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito
constituída para apurar fatos veiculados no Jornal Zero Hora do dia 26.04.96
(Proc. n.o 1218/96 - Req. n.o 88/96), à própria CPI.
O referido recurso (Proc. n.o 1285/96 - Req. nº 92/96) foi
apresentado com embasamento no art. 99 do Regimento da Casa:
‘Art. 99 - Recurso é o meio de provocar no Plenário a modificação de
decisão tida como desfavorável, por ato da Mesa, da Presidência ou das
Comissões.
1.o - O recurso
deverá ser feito por escrito, com justificativa, encaminhado à Mesa para
decisão do Plenário, ouvida a Comissão de Constituição e Justiça;
2.o - O recurso não
sofrerá discussão e sua votação poderá ser encaminhada pelo Autor, pelo Relator
da Comissão de Constituição e Justiça e pelas Lideranças.’
O recurso foi recebido, apenas no efeito devolutivo, pela Presidência
da Casa, com base no dispositivo legal supracitado.
A Lei Orgânica do Município prevê, em seu art. 80, que ‘todos os atos
da Mesa, da Presidência e das Comissões estão sujeitos à decisão do Plenário,
desde que haja recurso a este.’
O art.99 do Regimento deste Legislativo estabelece o processamento do
recurso, estabelecendo a ouvida preliminar da Comissão de Constituição e
Justiça.
Pelo exposto, entendo que o recurso apresentado através do Requerimento
n.o 92/96 foi corretamente encaminhado à Comissão de Constituição e
Justiça desta Casa.
É o Parecer, s. m. j.
Em13.05.96.”
Esta manifestação está à disposição do Ver. Luiz Braz, bem como dos
demais Vereadores que tiverem interesse sobre manifestação da Auditoria.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de
Ordem): Muito
embora, como não poderia deixar de ser, a opinião da douta Procuradora desta
Casa, ainda continuo não tendo o mesmo entendimento da Procuradora, mas
respeito e acato à Mesa, com relação a esse Recurso do Ver. Henrique Fontana.
O SR. PRESIDENTE: Perfeito, recebemos a
manifestação do Ver. Luiz Braz, fica registrada nos Anais da Casa, embora ele
não concorde, não solicitou nenhuma providência da Mesa e aguardará o
desdobramento de outros caminhos legais e regimentais.
Gostaríamos de encaminhar manifestação à Questão de Ordem formulada
pelo Ver. Raul Carrion.
É o seguinte o Parecer da Procuradoria da Casa: (Lê.)
“Vem a esta Procuradoria, para manifestação, Questão de Ordem formulada
pelo Vereador Raul Carrion, relativamente a seu ingresso como Liderança nas
comissões temporárias em andamento na Casa.
A referida matéria foi examinada, no corrente ano, por esta
Procuradoria que, através do Parecer n.o 450/96, conclui que o
Regimento da Casa prevê a constituição de Bancada exclusivamente para Vereador
titular, inexistindo a hipótese para casos de simples substituição (caso de
licença do titular), não havendo, portanto, suporte legal para deferimento de
ingresso de Vereador suplente em exercício, como Liderança, nas comissões
temporárias.
Remetidos os autos à Comissão de Constituição e Justiça deste
Legislativo, foi exarado o Parecer n.o 56/96-CCJ, com o seguinte
teor:
‘A matéria já teve manifestação em 1993, 1995, inclusive com
deliberação do Plenário da Câmara Municipal.
Entendem, por unanimidade, os Senhores Vereadores que aquela decisão da
instância superior da Câmara é definitiva, e apenas, e tão-somente, nova
decisão de Plenário poderá modificar aquela deliberação.
É o parecer.’
Com base, pois, no referido Parecer aprovado pelo Plenário em 10.04.96,
foram deferidos ao Ver. Raul Carrion todos os direitos de Liderança.
Quanto ao momento de seu ingresso como Liderança nas comissões
temporárias, a leitura do Parecer n.o 56/96-CCJ conduz ao entendimento
de que lhe foi deferido o ingresso nas comissões temporárias em andamento na
Casa e nas que vieram a se formar.
É o parecer, s. m. j.
Em 08.05.96.”
O SR. REGINALDO PUJOL
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu não quero ter um juízo melhor do que o Parecer, mas
entendo que sendo a opinião da Procuradoria sobre fatos passados e futuros, eu
acho que seria oportuno que a Comissão de Justiça fosse ouvida sobre a extensão
dessa decisão, já que isso implicaria inclusive na retirada do representante.
Isso daria, inclusive, reflexos passados e que tem que ser analisado
devidamente. Parece-me, que no que diz respeito as Comissões em formação, após
a decisão da Casa, a representação política do Ver. Raul Carrion está sendo
exercida na plenitude: ele integra todas as Comissões; e aquelas que já estavam
constituídas e que, inclusive, já tomaram algumas deliberações com o quórum
decorrente daquela formação, e inclusive sendo constituído com uma
representação que obedecia a proporcionalidade da época, não pode ser atingida
por essa deliberação. Esse é o nosso entendimento, e como não pretendemos ser o
dono da interpretação, solicitamos que a Comissão de Justiça faça a
interpretação definitiva. Era isto, Sr. Presidente.
O SR. RAUL CARRION (Questão
de Ordem): Sr.
Presidente, é sobre esse Parecer da Procuradoria, que me parece correto, e a
conseqüência dele, é que já existia deliberação anterior do Plenário sobre o
direito da Bancada e, em função disso, desde a assunção deste Vereador na Casa,
em 16 de fevereiro, este Vereador já tinha o direito a participar das
Comissões. Recordo que na formação das Comissões, solicitei a inclusão da
Bancada, houve dúvida, não foi incluída, agora o Parecer da Procuradoria
estabelece este direito.
Então, a minha Questão de Ordem é que, sem prejuízo de ser consultada a
CCJ, que automaticamente seja concedido à Bancada do PC do B.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem uma dúvida,
Vereador. É inquestionável, hoje, a questão do direito do exercício da
Liderança na sua plenitude. Acontece, se era só incorporar V. Exa. à Comissão,
e não respondeu a Procuradoria se era só integrar V. Exa. à Comissão, eu, de
plano, já deferiria, mas mexe com uma Portaria designativa de membros da
comissão, pelo menos numa ótica. Então, eu tenho que fazer uma nova Portaria,
retirando Vereadores da Comissão e integrando V. Exa. Eu, sinceramente, tenho
esta dúvida, mas não tenho dúvida do direito de V. Exa. nas comissões
posteriores. Agora num ato constituído, como Presidente desta Casa, eu tenho
dúvidas. Evidentemente me curvo às deliberações das estruturas da Casa.
O SR. RAUL CARRION (Questão
de Ordem): Eu
só recordaria que, por ocasião desta polêmica, o Sr. Presidente afirmou,
taxativamente, e deve recordar, que, caso houvesse uma decisão favorável à
Bancada do PC do B, reformularia a composição das Comissões.
O SR. PRESIDENTE: Não. Eu não quero dialogar
com V. Exa., nem o Regimento me permite tal, mas afirmo que a minha afirmativa
é no sentido de, caso houvesse procedência em relação aos direitos do
exercício, inerentes à Liderança, asseguraria os direitos à Liderança. Agora,
me foi questionada uma outra questão que era da composição das comissões já em
andamento. Tanto é que V. Exa. já está participando de Comissões em andamento,
renunciou a uma e tenho uma outra informação sobre este processo que passarei a
ler, também.
O SR. RAUL CARRION (Questão
de Ordem): De
toda forma, eu tenho urgência.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. não tem mais a
palavra. Isso é uma Questão de Ordem, a Mesa a entende aditiva.
O SR. NEREU D`ÁVILA (Questão
de Ordem): Dada
a relevância da matéria e inclusive o tumulto que geraria um Comissão já
composta com os membros participantes e que houvesse uma “capitis diminutio”
dessas comissões legalmente constituídas e agora adulteradas, ao alvedrio da
vontade de uma Bancada de um Parlamentar, que em uma Comissão depois de
assinar, retira o seu nome bombasticamente com possibilidade ampla de notório
acomodamento de uma situação. Noutras requer que V. Exa. retire membros de uma
Bancada já participava para que ele entre. Essa irresponsabilidade política tem
que ser julgada pela Comissão de Justiça desta Casa. Não podemos ficar ao
alvedrio de humores de Vereadores, por mais mal humorados que seja o Plenário.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa, tendo em vista o
Requerimento formulado pelo Ver. Reginaldo Pujol, remete a matéria também para
sua manifestação à Comissão de Constituição e Justiça da Casa.
O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Tenho constantemente subido a esta tribuna para denunciar o descaso
da segurança pública do bairro Cristal. Todos nós ontem vimos na Zero Hora de
segunda-feira, nas páginas policiais, mais um crime ocorrido na Av. Chuí, um
assalto a um apartamento para roubar um par de tênis, uma calça de brim e uma
camisa. Assassinaram o proprietário. Ontem, 11h e 55min da manhã, num
mercadinho, onde há trinta dias atrás, juntamente com o mercadinho “Jorge”,
foram assaltados e aqui denunciei, porque um dos que estava dentro do mercadinho
“Jorge” reconheceu um dos assaltantes e foi fuzilado porque reconheceu um dos
assaltantes. Tenho vindo a esta tribuna com muita coragem, sem falsa modéstia,
para dizer que enquanto eles estiverem assaltando, enquanto eles estiverem
roubando, enquanto eles estiverem assassinando os moradores do meu bairro, eu
vou vir a esta tribuna e vou denunciar. Todos nós sabemos quem são e onde moram
e o que fazem, mas a nossa segurança pública nada faz e, cada vez mais, fico
preocupado porque as coisas se aproximam da minha residência.
Há 15 dias aconteceu um fato que vou revelar nesta tribuna, não fazia
questão, mas vou revelar, colocaram um rojão dentro da minha caixa de
correspondência. Na sexta-feira, vou trazer um documento colocado dentro da
caixa de correspondência da “Gang da Cruzeiro” para que eu tomasse cuidado
porque eu estava falando demais. Não sei se alguém entregou, como é que saiu
uma cópia de um pronunciamento meu dizendo aqui desta tribuna onde eles
estavam, os locais dentro do bairro, onde era centralizada a organização do
crime. Eles tinham este documento, como chegou a mão deles, eu não sei, mas
eles tinham. Eu disse desta tribuna e vou continuar repetindo, não é segredo, o
Comandante da Brigada Militar tem uma cópia de Pedido de Indicação que fiz na
Casa dando os locais, dando as ruas, dando os becos, só não dei os nomes, mas
não precisa dar os nomes pois nada é feito. Mais uma morte no bairro Cristal na
segunda-feira.
Concluo dizendo o seguinte: fiz um pedido nos membros da Mesa para que
fizéssemos uma reunião com o Secretário de Segurança, para que fosse tomada
alguma providência sobre segurança no Bairro Cristal. E nada foi feito. Quantas
mortes mais teremos no Bairro Cristal, para que a polícia Civil e a Brigada
Militar atendam o pedido deste Vereador, que está dando as informações de mão
beijada, sem precisarem fazer esforço algum, e prendam aqueles que estão
matando? Nada é feito neste governo, quando na campanha eleitoral se ouviu
falar que a segurança teria prioridade no nosso Estado e na nossa Cidade. Pode
ser que no Estado, Ver. João Dib, isso esteja acontecendo, mas na nossa capital
isso não está ocorrendo, principalmente no Bairro Cristal, que está à mercê dos
bandidos que circulam diariamente com pistolas, metralhadoras 12 cano serrado,
desafiando a população. E nada é feito
Quero dizer desta tribuna - e que coloquem na imprensa, jornais e
televisão - que, se acham que colocando rojão dentro da minha caixa de
correspondência irão me amedrontar, estão enganados, porque quem nasceu na Vila
Cruzeiro não tem medo disso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo
Pujol): O
Ver. Edi Morelli está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, chamo a atenção de todos os Vereadores da Casa, porque há um
problema que diz respeito não a um Vereador especificamente, mas a toda a Casa.
Parece que as coisas ocorrem sempre da mesma forma; toda a vez que uso o tempo
de Liderança é sempre após uma manifestação do Ver. Luiz Negrinho. Vou dizer
mais uma vez, Ver. Luiz Negrinho: a falta de segurança ocorre em toda a Cidade.
O pessoal do Leopoldina II está vivendo um verdadeiro terrorismo. A Lei
n.o 7.493, de setembro de 1994 diz o seguinte: “Autoriza o
Departamento Municipal de Habitação DEMHAB - a contrair financiamento da Caixa
Econômica Federal para a aquisição de imóveis das empresas Guerino S.A -
Construções e Incorporações e Urbanizadora Mendes S.A , com a garantia do
Município de Porto Alegre”.
Foram feitas várias reuniões e o DEMHAB, através de seu então Diretor
Dr. Hélio Corbellini - chegou à
conclusão de que o valor das prestações dos apartamentos seria aproximadamente
igual ao do Bloco 365 - exemplo que trago aqui - da Quadra H-2, apartamento 202
- atualmente 205 -, do seguinte valor: R$ 375,57. Esse pessoal está recebendo
agora uma nova tabela do DEMHAB, porque o Sr. Hélio Corbellini errou nos
cálculos e, depois de nove meses em que eles estão pagando essa quantia,
aparece uma nova tabela em que, ao invés de R$ 375.57, a prestação passa para
R$ 552,13. Esse pessoal não tem condições de pagar isso.
Eu disse a eles o mesmo que sugere o Ver. Dilamar Machado: que
depositem em juízo esse valor. Mas essa seria uma última alternativa. Quero
tranqüilizar os moradores presentes e pedir-lhes que levem esta mensagem aos
demais: já fiz contato com o Sr. Adaucto Vasconcellos marcando uma audiência
com o Prefeito Tarso Genro para conversar pessoalmente com ele, uma vez que com
o DEMHAB é difícil de conversar. O Diretor do DEMHAB está numa reunião
importante e não pode atender, o substituto não está na Casa, o
Diretor-Financeiro não está na Casa; ninguém está na Casa para receber ninguém.
Aí fica difícil para ter algum entendimento, fazer algum acerto. Pediram para
constituir uma comissão de negociação com o DEMHAB. Está comissão foi
constituída, mas essa comissão não recebe documentação, não recebe nada do
DEMHAB para poder discutir e negociar. Então, constitui uma comissão para
discutir, não é para discutir, é para dizer amém pelo pagamento que eles
querem. Um apartamento de quinhentos e cinqüenta reais, com vinte e cinco anos
para pagar, é uma fortuna, Adaucto. Essa gente não têm condições de pagar. Se o
erro foi do DEMHAB, o DEMHAB que assuma o erro e negocie com os moradores.
Agora, impor aos moradores do erro deles, aí é impossível.
Diz o Ver. João Dib, num aparte anti-regimental, que quem sabe foram os
computadores que erraram mas quem aciona o computador é o homem, o computador
não é acionando sozinho. Então, fiquem tranqüilos os moradores do Leopoldina
II, que esta Casa - não é o Ver. Edi Morelli - através dos seus trinta e três
Vereadores que têm a responsabilidade de lutar por uma causa justa, por uma
causa que vocês já venceram e que agora começam a fazer um novo terrorismo. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Raul
Carrion, em tempo de Liderança, pelo PC do B.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Gostaria, inicialmente, referir algumas observações do ilustre Ver.
Nereu D`Ávila e dizer que o fato do PC do B abrir mão da indicação do seu
representante na CPI, montada contra a Administração Municipal, por fatos
ocorridos a Secretaria de Educação, é uma posição política, responsável, para
resguardar esta Casa da desmoralização. E não irresponsabilidade, como afirmou
o Líder do PDT. Irresponsabilidade é esta CPI, que o próprio Tribunal Regional
Eleitoral já disse que não tem motivo para realizar-se. Queria também saudar os
companheiros do Jardim Leopoldina, com quem ombreamos na luta, no
enfrentamento, inclusive, da Brigada Militar, para garantir a permanência
desses moradores lá. Estaremos, como estivemos naquela ocasião, sempre à
disposição do chamado dos companheiros e das companheiras para defender os
interesses da população. O que traz hoje aqui é falar cobre o festival de
entregação que assola o País. Se lermos os jornais de hoje vemos: “FHC sanciona
Lei das Patentes”, não tenho tempo, hoje, de desenvolver esse aspecto aqui, mas
é o maior entreguismo sobre a questão tecnológica neste País. Outra notícia:
“Câmara aprova privatização da telefonia celular”, e a grande briga entre o PFL
e o PSDB é que entrega mais e quem entrega mais rápido.
Uns querem entregar desde hoje, 100% das telecomunicações. Os outros
querem entregar 49% hoje e 100% daqui a 3 anos. Tudo isso porque a TELEBRÁS
está tendo um lucro de 600 bilhões de dólares, que chegou a levantar a Bolsa de
Valores por causa disso. Então tem que entregar logo. Mas não é só isso, é o
Porto de Rio Grande que está sendo entregue também, o estado construiu, agora a
iniciativa privada vai “mamar”; o seguro de saúde vai ser aberto para o capital
internacional, a nossa saúde vai ser moeda de troca para as multinacionais; o
Meridional vai ser vendido em 11 de junho, e já sabe-se, vai ser ou para o
Banco de Boston ou para o AGF, da França. A entregação está solta. Agora, diz
uma notícia no “Correio do Povo”: “Em compensação, a Comissão para examinar a
Medida Provisória do salário mínimo, esta não teve quórum para se instalar. Estão
entregando tudo, mas o salário mínimo do povão não tem gente na Assembléia, na
Câmara dos Deputados e no Senado para tratar.
Queríamos, também, fazer uma denúncia: saiu na imprensa, nesta semana,
como grandes investimentos, o gasoduto Brasil-Bolívia. Como diz a Comissão
Gaúcha em Defesa do Monopólio Estatal do Petróleo da PETROBRÁS, Gasoduto
Brasil-Bolívia. Outro escândalo nacional. Uma obra que está sendo feita contra
o parecer dos técnicos da PETROBRÁS, contra o parecer dos auditores
internacionais. Gás que a Bolívia não tem para 20 anos que sobra no Brasil, que
é queimado na maioria das refinarias brasileiras por falta de mercado, e o
Brasil vai ser um gasoduto, que pode chegar a bilhões o custo, com 3.000km de
distância, para beneficiar a internacional norte-americana “Enron Development
Corporation”, que é quem manipula o petróleo da Bolívia e quem vai ganhar com
esse gasoduto que esse governo apresenta como a grande salvação para o Rio
Grande do Sul e uma grande salvação nacional.
Outro dia voltaremos ao assunto, mas já deixamos o alerta da Bancada
comunista aqui nesta Casa: se prepara mais um escândalo, mais uma roubalheira,
mais um assalto ao povo brasileiro com esse malfadado gasoduto, que é contra a
opinião dos técnicos da PETROBRÁS, que é contra a Associação de Engenheiros da PETROBRÁS, que é contra a opinião dos
auditores de internacionais, e que continua andando contra o povo.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra, em tempo de Liderança.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Não tenho nenhuma procuração do Líder do PDT para comentar ou
responder a qualquer comentário do Ver. Raul Carrion, do PC do B em relação à
CPI. Mas como um dos signatários da Comissão de Inquérito e sou um dos membros
da Comissão, entendo que o Ver. Carrion deve aprender que quando quer direitos
também tem deveres. E, portanto, se o Ver. Carrion, lutou, brigou, disputou e
teve o apoio da maioria do Plenário para poder indicar e participar com sua Bancada,
das comissões, é um direito e ele passa a ter, também, dever, e não tem direito
de abrir mão desse dever. Agora, quanto ao julgamento é dele, do qual eu não
concordo. Quero discordar das colocações parciais do Vereador em relação ao
Governo Federal e deixar uma indagação ao Ver. Carrion. Eu gostaria de saber se
o Vereador pode me informar se o PC do B saiu do governo daquele estado do PSDB
no episódio do massacre.
Se o PC do B saiu do governo do Pará eu vou responder ao Ver. Carrion
na próxima Sessão. Se o PC do B não saiu do governo do estado do Pará o Ver.
Carrion está sendo, apenas, oportunista no discurso e, portanto, não merece
resposta da Liderança do PSDB nesta Casa sob qualquer critica que faça ao
Governo Federal ou mesmo ao governo do Estado do Rio Grande do Sul. Podemos
abrir a discussão. Eu estou pronto para esta discussão sem nenhum problema. Mas
acho que qualquer discussão política que se faça é feita com seriedade e não
com oportunismo.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero, por outro lado, dizer que
faço eco da preocupação do Ver. Edi Morelli em relação a situação aos Parque
dos Maias.
Sr. Presidente, eu vou aguardar que o Ver. Carrion respeite o
Regimento....
O SR. PRESIDENTE: Há um orador na tribuna. A
Mesa suspende os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h37min.)
O SR. PRESIDENTE (às
15h38min): Estão
reabertos os trabalhos.
O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra. Tem assegurado direito à
manifestação como Líder d PSDB.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Obrigado, Presidente. Retomo
o meu discurso. Eu quero fazer eco ao discurso do Ver. Edi Morelli,
aproveitando a presença do Ver. Guilherme Barbosa, que foi membro da Comissão
Externa que tivemos em torno do Parque dos Maias, para dizer que, de fato,
estou preocupado com a situação. Revisando, semana passada, cópia de toda nossa
Comissão, da qual fui relator, havia uma projeção de valores a serem pagos
pelos moradores que está sendo ultrapassada em mais de 50%, nesse momento, das
prestações que o DEMHAB pretende cobrar dos mutuários. Eu entendo, e, para ser
fiel e coerente àquilo que foi aprovado pela Comissão, que nós deveremos não
reabrir aquela, que não vem ao caso, mas cria uma nova comissão para o
acompanhamento da situação dos mutuários do Parque dos Maias.
Preocupa-me o fato de que está havendo uma inadimplência muito alta, de
moradores, em relação ao DEMHAB. Desculpe, é do Leopoldina II. O DEMHAB
enfrenta esta inadimplência, por seu lado gera problemas ao DEMHAB. Acho que
tanto para respaldar o interesse dos mutuários, quanto para respaldar o
interesse da administração pública do Município de Porto Alegre, nós vamos ter
que, na medida em que somos, de uma certa maneira, fiadores dessa situação,
porque foi aqui na Casa que se conseguiu avançar, e se deve isso aos Vereadores
Guilherme Barbosa, Milton Zuanazzi e aos demais membros da Comissão, voltar a
intervir nessa situação para continuar fazendo esse acompanhamento, retomar o
acompanhamento e evitar uma situação pior.
Quero dar um relato e um retorno ao Ver. João Verle, de público. Há
exatamente duas semanas e meia, eu tento marcar uma audiência com o Diretor do
DMAE, Dr. Dieter Wartchow. Talvez, como vingança mesquinha ou algo parecido, o
Dr. Dieter até agora não conseguiu tempo para marcar audiência comigo. Uma
semana estava viajando, outra estava ocupado, botando a casa em ordem. Agora,
esteve doente e ontem e hoje está em reuniões permanentes sempre que eu ligo
para a secretária. Na quinta passada, eu falava ao Ver. João Verle sobre esse
problema, e ele me dizia que tentasse mais uma vez. Tentei, não uma, Vereador,
mas três vezes - sexta, segunda e terça - e, nas três, fui infeliz. Sinto-me,
inclusive, constrangido com a funcionária, porque a coitada, a cada dia, tem de
inventar desculpas. Cada dia, ela - coitada, é paga para isso - inventa uma
desculpa diferente para justificar por que o Diretor não consegue agendar um
encontro comigo. A única vez em que aceitou, marcou no único dia que eu já
havia dito que não poderia ir: quinta-feira. Uma simpatia fantástica, para
depois poder dizer talvez, que eu não fui, mas, felizmente, eu havia dito à
secretária que eu não podia ir numa quinta-feira. Dando retorno ao Ver. João
Verle, quero dizer que tentei uma vez mais. Talvez porque eu tenha ousado
questionar o encaminhamento da Casa em relação a um Projeto de Lei que
interessava ao DMAE - repito, houve irregularidade na tramitação do Projeto, no
envio apressado do Projeto ao DMAE -, como vingança, troco ou desconto, o
Diretor foi nomeado. Quero justificar ao Ver. Verle: tentei. Na quinta-feira,
vou apresentar o Requerimento do convite ao Diretor do DMAE, para dar as explicações que deve à Cidade de
Porto Alegre, através dos Vereadores da Comissão de Finanças, do por quê se
iniciou a obra da Av. Ipiranga e depois se parou, e os canos estão lá atirados,
nem recolhidos, nem a obra completada, nem explicação para a Cidade. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra em Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu não pretendia usar o tempo de Liderança, mas, algumas coisas
acontecem nesta Casa que são preocupantes. Estou-me dirigindo ao Ver. Carrion,
que, parece, não está presente. Eu gostaria que ele tivesse um pouco mais de
sensibilidade, um pouco mais de atenção para com os Vereadores que vêm a este
Plenário, alguns até com bastante dificuldade, que ficam aqui, buscando uma
solução.
Como já disse, não pretendia usar o tempo de Liderança, mas os
moradores do Jardim Leopoldina são, verdadeiramente, injustiçados.
Também disse na primeira Reunião dessa malfadada comissão que estudou o
problema de Leopoldina que nós não deveríamos interferir, que nós deveríamos
fiscalizar intransigentemente o DEMHAB.
Eu participei da Comissão, fui às Sessões, mas não votei não me referi
e não me retirei, também, da comissão porque eu estava lá para ver se alguma
coisa muito terrível acontecesse eu poderia ainda interferir. Não podemos nos
retirar de uma comissão nunca, assim determina a Lei Orgânica e o Regimento.
Mas eu disse que tínhamos que deixar o DEMHAB resolver o problema e até acho
que não cabia a ele resolver, tinha que deixar os moradores apoiados pela
Câmara e apoiados pelo DEMHAB resolver o problema.
O DEMHAB resolveu o problema de vinte milhões de reais sem autorização
do Conselho Deliberativo! Tudo errado. Enquanto discutiam a cerca, o muro o
resto do condomínio, quem vai ser o presidente, esqueceram-se do essencial:
quanto é que cada um dos sacrificados dos moradores iam pagar? Agora, esta
aberração. Aqueles apartamentos não valem o que está sendo cobrado pelo DEMHAB.
É só olhar os anúncios de oferta de imóveis na Cidade para ver que está-se
vendendo por muito menos. Vinte ou vinte e cinco anos para pagar quinhentos e
setenta e cinco reais mensalmente? É brincadeira muito mau gosto porque fere
aqueles sofredores que ali estão.
O DEMHAB vai continuar fazendo o que fez até hoje, casa de 18m com
prestação de cento e tantos reais. É que os moradores do Leopoldina II não
conheciam o DEMHAB. Deixaram-se iludir e a Câmara não estava fiscalizando. A
Câmara estava dividindo com o DEMHAB as responsabilidades. Agora eu quero ver
se o DEMHAB vai encontrar a solução para os moradores ou não. Mas tem que
encontrar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. LUIZ NEGRINHO
(Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a inversão da matéria constante da Ordem do
Dia, na seguinte ordem: fl. 14 - PLL
n.º 29/96; fl.08 - PLL n.º 66/95; fl. 10 - PLL n.º 1144/95; fl. 11 - PLL
n.º 148/95; 12 - PLL 152/95; fl. 13 - PLL n.º 04/96; fl. 15 - PLE n.º 13/96.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 0668/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º
029/96, de
autoria do Ver. Luiz Negrinho, que altera as Leis n.º s 7720, de 18.12.95, e
7760, de 10.01.96. (correção na denominação de logradouros irregulares) Urgência
- CONJUNTO da
CCJ, CUTHAB e CECE.
Relator-Geral Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL n.º 29/96 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC.1666/95 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º
066/95, de
autoria do Ver. Wilton Araújo, que denomina Rua David da Costa Magueta o
logradouro irregular conhecido como Rua “A”, na Estrada Jorge Pereira Nunes, ao
lado do n.º 1015, no Bairro Campo Novo.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Airto Ferronato: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela
aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Raul Carrion: pela
aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL n.º 66/95 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2474/95 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º
144/95, de
autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Rua Florestan Fernandes um
logradouro público localizado no Bairro Vila Nova.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela
aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Raul Carrion: pela
aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL n.º 144/95 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2509/95 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º
148/95, de
autoria do Ver. João Dib, que denomina Rua Israel Wolf um logradouro irregular
localizado no Bairro Jardim Itú-Sabará.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Vereador Pedro Ruas:
pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela
aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Vereadores que aprovam o PLL n.º 148/95 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2534/95 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º
152/95, de
autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Travessa Valeriano Rodrigues um
logradouro irregular localizado no Bairro Santa Tereza.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela
aprovação do Projeto;
- de CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela
aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL n.º 152/95 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 0440/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º
004/96, de
autoria do Ver. João Motta, que denomina Rua Progresso um logradouro irregular,
localizado na Vila Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Sarandi.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. José Valdir: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela
aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Raul Carrion: pela
aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL n.º 04/96 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 0742/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º
013/96, que
declara de utilidade pública a Federação dos Trabalhadores Aposentados e
Pensionistas do Rio Grande do Sul.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Airto Ferronato: pela
aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Jocelin Azambuja:
pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLE n º 13/96 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos ao PELO nº 02/95.
O SR. ELÓI GUIMARÃES
(Requerimento): Deve ser retificada a folha 17 no item que se refere ao voto favorável
de dois terços dos membros. Trata-se de um título de Cidadão Emérito, que exige
maioria absoluta. Neste sentido entendida o Sr. Presidente que esse Projeto
estaria no bloco das matérias votadas. Neste sentido requeiro, Sr. Presidente,
que coloquem em votação. É matéria que não tem maior complexidade. É maioria
absoluta.
O SR. PRESIDENTE: São dois terços. Mudou. No
passado eram dezessete. A fonte que define que os títulos de cidadãos são dois
terços é a Lei Orgânica, conforme falou o Ver. João Dib, que com a sua
experiência nos alertou. Realmente o parágrafo 2.o do art. 82 diz
que dependerá do voto favorável de dois terços da Mesa da Câmara de Vereadores.
O inciso IV fala da concessão de título de Cidadão Honorário do Município. E o
Regimento no art. 132, define as duas espécies de Cidadão Honorário: cidadão de
Porto Alegre e cidadão Emérito de Porto Alegre. Portanto, são dois terços. No
entanto, caso o Ver. Elói Guimarães insista no Requerimento, poderá ser votado
o Título de Cidadão Emérito, sob o fundamento da simplicidade da matéria.
Em votação o Requerimento do Ver. Elói Guimarães. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 0632/96 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 007/96, de autoria do Ver. Elói
Guimarães, que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Senhora Ieda
Maria Vargas Athanásio.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela
aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela
aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos
membros da CMPA - art. 82, § 2.o,
IV, da LOM;
- votação nominal nos termos do Artigo 174 do
Regimento da CMPA.
O SR.
PRESIDENTE: Em
discussão o Projeto de Resolução n.º 7/96.
O SR. LAURO
HEGEMANN: Para
uma Questão de Ordem.
O SR. PRESIDENTE:
Só se for
sobre a matéria em votação.
O SR. LAURO HAGEMANN: É sobre a matéria anterior
que V. Exa interrompeu a votação.
O SR. PRESIDENTE: Houve um requerimento do
Ver. Elói Guimarães que solicitava a inversão novamente dos trabalhos, nesta
inversão solicitou que o Projeto de Resolução de folha 17, fosse votado antes
do Projeto de Emenda da Lei Orgânica. Esta presidência submeteu a matéria a
deliberação do Plenário e este, por unanimidade, com o voto de S. Exa., colocou
a precedência do Projeto de folha 17. Em votação. (Pausa.) (Após a chamada.) APROVADO o Projeto de Resolução n.º
07/96, por 29 votos SIM.
VOTAÇÃO NOMINAL
1.O TURNO
PROC. 1647/95 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N.O
002/95, de
autoria do Ver. Décio Schauren, que dá nova redação ao “caput” do art. 17 da
Lei Orgânica do Município, que dispõe sobre a administração pública.
PARECER
- da COMISSÃO
ESPECIAL. Relator Ver. Milton Zuanazzi: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- votação nominal nos termos do Art. 174 e 130 e §§,
do Regimento da CMPA;
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos
membros da CMPA, em ambos os turnos - Art. 130, § 6.o , do Regimento da CMPA;
- adiada a votação por duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PELO n.º 02/95.
(Pausa.) (Após a chamada.) REJEITADO por 13 votos SIM, 08 votos NÃO, 04 ABSTENÇÕES.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1704/93 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO N.º 021/93, de autoria do Ver. Raul Carrion, que altera a Lei Complementar n.º
12/75 (Código de Posturas), e dá outras providências. Com Emendas n.º s 01 e 02.
- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela
rejeição do Projeto e da Emenda n.º 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato:
pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela
aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;
- da COSMAM. Relator Ver. Guilherme Barbosa:
pela rejeição do Projeto e da Emenda n.º 01.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - Art. 82, § 1o,
I, da LOM;
- adiada a discussão por cinco Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) O
Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLCL n.º 21/93
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, este Projeto que entra em discussão é um Projeto que encaminhamos
em 1993, em junho, inspirados por uma iniciativa anterior do ex-Ver. José
Alvarenga do Partido dos Trabalhadores. Versa o Projeto sobre o transporte de
trabalhadores em caminhões. Na Justificativa do Projeto, nós fazemos um levantamento
de sucessivos acidentes ocorridos com trabalhadores, seja do Município, seja de
empreiteiras, seja da CRT, da CEEE. Anexamos fotos extremamente contundentes,
tiradas em diversos departamentos, repartições públicas do Município, da CRT,
da CEEE, de empreiteiras, onde vemos trabalhadores transportados nas
carrocerias de caminhões, nas carrocerias de camionetes, vemos também, a
possibilidade real de uma solução onde algumas empresas já adquiriram caminhões
com dupla cabine, camionetes com dupla cabine.
Nesse encaminhamento, fizemos Pedidos de Providências, Pedidos de
Informações e queremos dizer, inclusive, que ocorreram algumas melhorias que
nós tivemos condições de observar no DMLU, algumas melhorias no DMAE. Mas o
problema, passado três anos, persiste.
Na verdade, o nosso Projeto é extremamente simples. No Código de
Posturas, no seu art. 24, acrescenta um parágrafo único, digo melhor, o inciso
34 com o seguinte teor: “Trafegar veículo de carga com tripulantes ou
passageiros fora da cabine no espaço destinado à carga, ou no estribo”. As duas
Emendas, a primeira é para corrigir o equívoco quanto à multa; e a segunda é
dando um prazo de doze meses para entrada em vigor dessa Lei. O objetivo desse
prazo é ter em conta que, sejam as empreiteiras, sejam os serviços públicos que
ainda usam esse serviço de transporte, necessitarem um certo prazo para poderem
adequar-se, adequar os contratos e assim por diante. Deve-se dizer que todos os
Pareceres são favoráveis no mérito do Projeto. Onde houve algumas considerações
condicionando o Projeto é por considerarem que o Código Nacional de Trânsito já
disciplinaria o problema. Contestamos e entregamos a todos os Vereadores já na
Sessão passada a contestação a esse
Parecer, onde ponderamos o seguinte: ainda que o Código Nacional de Trânsito,
em linhas genéricas, trate do assunto, ainda permanece exceções. Uma delas dos
municípios onde não haja transporte coletivo, fala do não transporte de
passageiros, mas deixa em aberto o transporte na área de carga para os tripulantes.
O nosso Projeto, sem contraditar a Lei maior nos limites do Município,
colocando que nos limites do Município isso não é permitido, porque existe o
transporte coletivo, e discriminando o que seja tripulante, ou seja passageiro,
não poderá ser transportado. Temos negociado isto, inclusive, com a Bancada do
governo que está ultimando essas negociações. Esperamos, portanto, que esta
Casa venha a votar favoravelmente. Deixei sobre a mesa, que após a discussão da
matéria, creio que outros oradores farão uso, seja transferida a votação para
que esta negociação possa ocorrer. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mário
Fraga): Em
votação Requerimento de autoria do Ver. Raul Carrion que pede dispensa do envio
da Emenda n.º 02 ao PLCL n.º 21/93 para as Comissões CCJ, CEFOR, CUTHAB E
COSMAM. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
Em votação Requerimento de autoria do Ver. Raul Carrion que solicita o
adiamento da votação, por duas Sessões, do PLCL n.º 21/93. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1408/95 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO N.º 010/95, de autoria do Ver. João Dib, que estabelece elementos mínimos para
publicação dos relatórios mensais da execução orçamentaria do Município, e dá
outras providências. Com Substitutivo
n.º 01.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela
rejeição do Projeto e pela aprovação do Substitutivo n.º 01;
- da CEFOR. Relator Ver. João Verle: pela
rejeição do Projeto e pela aprovação do Substitutivo n.º 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz:
pela rejeição do Projeto e pela aprovação do Substitutivo n.º 01.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - Art. 82, § 1o,
I, da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. Não havendo quem queira encaminhar, em votação o Substitutivo n.º 01
ao PLCL n.º 10/95. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2167/95 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º
056/95, que
confere novas finalidades à Secretaria Extraordinária de Captação de Recursos,
e dá outras providências.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela
aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann:
pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relator Ver. Paulo Brum: pela
aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE n.º
056/95. O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para discutir.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, o nobre Secretário de Captação de Recursos do Município está no
Plenário, para satisfação de todos nós, e eu vejo a mobilização do governo
municipal em ampliar os dispositivos de ação da Secretaria Extraordinária de
Captação de Recursos. Acho que isso é positivo. Formular políticas de promoção
regional e internacional na Cidade de Porto Alegre; estabelecer e coordenar
relações de cooperação bilateral, multilateral com as cidades irmãs de Porto
Alegre, bem como outras cidades; receber missões; apoiar intercâmbios, tudo
isso é muito bom. O único questionamento que eu me faço é justamente sobre
esses investimentos que Porto Alegre não recebe. Se criou a Secretaria de
Captação de Recursos, sei que o Secretário Utzig tem trabalhado com bastante
vontade, mas, na prática, eu não tenho conseguido ver resultados que me
satisfaçam como cidadão desta Cidade. E como Vereador, então, não posso deixar
de me manifestar.
Vejam, por exemplo, o problema habitacional. Em Porto Alegre é um caos
essa questão. O que conseguimos, até hoje, de investimentos, em Porto Alegre,
para a solução do problema habitacional? Eu diria que praticamente zero.
Algumas poucas casinhas foram construídas numa Cidade que tem uma deficiência
de milhares de habitações. Por outro lado, não conseguimos nos mobilizar para
trazer recursos para que Porto Alegre tivesse soluções concretas para os
problemas habitacionais.
Há alguns anos, por exemplo, eram construídos conjuntos residenciais
para três, quatro ou cinco mil famílias - o conjunto do Alto Teresópolis, o
conjunto da Oscar Pereira, conjuntos no Jardim Botânico. O que temos hoje em
Porto Alegre? conseguiram construir 300 casinhas numa das áreas mais nobres de
Porto Alegre, o sopé do Morro do Osso. Jogaram fora 3,5 hectares os terrenos
mais nobres de Porto Alegre, para abrigar o pessoal da Vila “Cai-Cai”. Quando
propusemos que lutássemos para conseguir cinco ou dez mil habitações, não
tiveram coragem. Não conseguiram nada. Fizeram 300 casinhas para satisfazer os
interesses de meia dúzia de pessoas. Mas a grande população de Porto Alegre
ficou sem. Andem por esta Cidade e verão o que Porto Alegre tem de recursos investidos.
Estou dando um dado do setor habitacional. Mas temos o setor da
indústria. O que Porto Alegre tem conseguido captar de investimentos para gerar
empregos? Porto Alegre só tem perdido empregos. Perderam a Pepsi-Cola. É claro,
o Governo do PTB foi mais inteligente lá em Sapucaia e levou a Pepsi para lá.
Hoje eles têm mais de 2.000 empregos.
Hoje eu lia que a “Brahma” está sondando uma cidade para instalar uma
segunda fábrica. Está sondando Viamão, Canoas, Guaíba... Menos Porto Alegre,
porque ela nem se habilitou para tal. Ora, Srs. Vereadores, isso significa
investimentos que Porto Alegre não tem. É muito interessante a busca de
captação de recursos. Admiro até a boa vontade do trabalho do Secretário, mas
de concreto, a população de Porto Alegre não tem visto nada, não tem se
beneficiado com nada. E o próprio banco que criaram, lamentavelmente esta
Câmara aprovou, com o dinheiro do Município, o que não deveria, porque deveriam
ter sido competentes para buscar o dinheiro lá fora. Boa parte desse dinheiro
foi do Governo do Estado. Na verdade não estamos buscando recursos fora do Rio
Grande, muito menos fazendo investimentos para Porto Alegre, mas, até hoje,
lamentavelmente, somos obrigados a dizer que passamos por um momento de muita
tristeza pela falta de investimentos e geração daquilo que precisamos. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra, para discutir.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, na Comissão de Finanças eu havia me manifestado contrariamente ao
Parecer posto em discussão. É que, na realidade, não vejo nada para ser votado
neste momento, eu já recebi convites da Secretaria Extraordinária de Captação
de Recursos e Cooperação Internacional, assinados pelo Prefeito, e fui ao evento,
e constatei que o evento contrariava o Plano Diretor. E não tenho resposta.
Portanto, se eu já recebi convite da Secretaria Extraordinária de Captação de
Recursos e Cooperação Internacional ela já está funcionando, porque sou um dos
33 Vereadores da Cidade, e não vejo o que votar neste momento. E, volto a
dizer, na primeira vez em que fui assistir a um acontecimento, contrariava o
Plano Diretor, mas quero dizer que a Secretaria está trabalhando bem, está
captando recursos, mas não votarei porque não há o que votar, no meu
entendimento. A Secretaria já me convidou para eventos e tenho os convites,
então, não tenho o que votar.
O Sr. Jocelin Azambuja: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Estou confuso, V. Exa. diz que não há o que votar,
que a Secretaria está trabalhando bem e ao mesmo tempo apresenta problemas,
esclareça-me porque fiquei confuso.
O SR. JOÃO DIB: Eu já fui convidado, como
todos os outros o foram para eventos realizados pela Secretaria Municipal de
Captação de Recursos e Cooperação Internacional. Se já fomos convidados pela
Secretaria na sua plenitude, não vejo objeto para ser votado, então não vou
votar. É só isso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em
votação.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Requerimento): Sr. Presidente, requeiro votação nominal.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE n.º 56/95.
(Após a chamada.) APROVADO por 19
votos SIM, 05 ABSTENÇÕES.
VOTAÇÃO
PROC. 0823/94 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 010/94, de autoria do Ver. João
Verle, que institui o Código de Ética Parlamentar. Com Emendas n.º 01, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 14, 15, 16,
Subemendas n.º s 01, 02, e 03 à Emenda
n.º 07 e Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 01.
- da Comissão Especial. Relator Ver. Milton
Zuanazzi: pela aprovação do Projeto, das Emendas n.º s 01, 03, 04, 05, 06, 07,
com Subemenda n.º 01 e 09, e pela rejeição das Emendas n.º s 08, 10, 11 e 12.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - Art. 82, § 1o,
II, da LOM;
- Emendas n.º s 02 e 13 retiradas;
- prejudicada a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 02.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): De
autoria do Ver. João Verle, PR nº 10/94, que institui Código de Ética
Parlamentar.
Ocorre que foi votada a metade do Projeto, até mais do que a metade,
pois se votou o Projeto, alguns destaques e estavam nos destaques às Emendas,
quando a votação foi suspensa por falta de quórum. Srs. Vereadores, alguns dias
atrás, mais precisamente no dia 26 de abril, num caso semelhante, esta
Presidência anulou as votações e promoveu nova votação de todos os dispositivos
e remeteu a matéria à Comissão de Constituição e Justiça. A matéria foi,
primeiro, à Auditoria da Casa no dia 26, e chegou no dia 07 na Comissão de Constituição
e Justiça. Hoje é dia 15 e o parecer sobre a matéria não chegou ainda. Tendo em
vista que há uma solicitação de Parecer à Comissão de Justiça, se faz votação
em bloco ou se anula a votação realizada e faz nova votação ou nota-se
tão-somente a parte que ainda não foi votada e a Mesa retira o Projeto da Ordem
do dia até a manifestação da Comissão de Constituição e Justiça.
Eu sinto nas manifestações o respaldo necessário pelos acenos dos Srs.
Vereadores, com o que aguarda-se o retorno para a Ordem do Dia quando vir a
manifestação da Comissão de Constituição e Justiça.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, concordo com a decisão de V. Exa., e acho de fato que
não cabe outra. Queria também expressar a minha preocupação para que a Comissão
de Justiça defina de uma vez a matéria, para que não seja prejudicado o Ver.
João Verle.
O SR. PRESIDENTE: O Relator foi designado ontem e já está fluindo o prazo.
O SR. AIRTO FERRONATO
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Comissão de Constituição e Justiça tem se preocupado
com a celeridade dos processo dentro dos caminhos e tramites normais e
regimentais. Nós recebemos o processo na quarta-feira passada. A distribuição
de todos os processos que tivemos, fizemos na terça-feira, nós recebemos um dia
após a distribuição. Ontem, à tarde, fizemos uma reunião e tratamos do tema
para ver se faríamos, ontem à tarde ainda, o parecer ou não. Praticamente, por
unanimidade, chegou-se a conclusão e este Presidente acatou, que na verdade a
matéria é importante e vai trazer reflexos e o nosso Relator precisava um prazo
maior para poder proceder um relatório competente, como assim tem feito o nobre
Ver. João Motta. O processo estava com o Ver. João Motta, parece que agora está
recebendo de volta. A comissão imediatamente fará este relato com o estudo que
se faz necessário...
O SR. PRESIDENTE: Quero agradecer os
esclarecimentos do Ver. Airto Ferronato e o apelo deste Presidente, porque
ontem, este Presidente esteve no gabinete do Ver. Airto Ferronato solicitando
urgência para o Parecer, preocupado que estava com a importância do mesmo, para
uma definição da Presidência. Como houve uma lacuna em relação a esse fato, à
manifestação de V. Exa., eu entendi por bem agregar isso.
O SR. AIRTO FERRONATO: A Bancada do PDT -
componentes da Comissão - foi de opinião que era necessário uma discussão sobre
o tema e não um fato, sumariamente, aprovado. Eu respeito a posição. Acho que é
positiva. Obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Retirada da Ordem do Dia o
presente projeto, até manifestação da Comissão de Constituição e Justiça sobre
essa matéria.
Em votação a Moção de Repúdio, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, Req.
n.º 98/96. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Questão
de Ordem): Eu
gostaria que V. Exa. lesse o teor da Moção.
O SR. 1.O
SECRETÁRIO:
(Lê a Moção.)
“Moção
A Câmara Municipal de Porto Alegre vem a público protestar contra a
inclusão da pena de prisão a jornalistas e muitas extorsivas a empresas de
comunicações no projeto de lei de imprensa que ora tramita no Congresso
Nacional (Substitutivo do deputado Pinheiro Landin.) Tais providências, por seu
caráter antidemocrático e autoritário, amordaçam os jornalistas brasileiros e
as empresas de comunicação.
Fazemos coro com aqueles que repudiam toda e qualquer tentativa de
cercear o trabalho da imprensa brasileira através de legislações anacrônicas. A
pena de prisão para jornalistas que incorrerem em delito de infâmia, calúnia e
difamação não tem mais justificativa num mundo em que o direito de opinião está
plenamente assegurado. Para isso lembra a OAB que ‘não é preciso elaborar uma
Lei de imprensa específica, porque os crimes praticados contra a honra pelos
veículos de comunicação já estão previstas no Código Penal’.
Quanto às multas, por seu caráter extorsivo, terão certamente duas
conseqüências. A primeira é a falência de órgãos de divulgação, que queremos
fortes e democratizados, indispensáveis a nossa liberdade; a segunda é que as
empresas fortes e democratizados, indispensáveis a nossa liberdade; a segunda é
que as empresas de comunicação, temendo prejuízos econômicos, passem a coibir o
jornalismo de cunho investigativo e de denúncia, talvez o fato mais
significativo e representativo da força da sociedade civil no recente processo
de consolidação da democracia brasileira.
Porto Alegre, 9 de maio de 1996
(a)
Lauro
Hagemann
Vereador - PPS
Com cópias
para a Presidências da Câmara Federal e Senado, aos líderes de partidos das
duas Casas, à Federação Nacional dos Jornalistas, ao Sindicato dos Jornalistas
Profissionais do Rio Grande do Sul e Associação Riograndense de Imprensa.”
O SR. PRESIDENTE: Em votação. O Ver. Antonio
Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, embora a ausência do Ver. Lauro Hagemann, que é o proponente desta
Moção, queria lembrar aos Srs. Vereadores que, quando o Ver. Lauro Hagemann
apresentou uma outra moção que dizia respeito à nova Lei de Imprensa, tanto
este Vereador quanto o Ver. Dilamar Machado levantamos óbices à redação, no
nosso entendimento, demasiadamente genérica e que deixava dúvidas sobre contra
o que nos posicionaríamos aqui na Casa. O Ver. Lauro Hagemann prontamente
aquiesceu, retirando aquele requerimento. Neste momento, nós estamos
encaminhando à votação um novo Requerimento que no meu entendimento, Ver.
Dilamar Machado, atende aquela preocupação básica que nós temos.
Para historiar e posicionar os Srs. Vereadores, na medida em que, como
o Ver. Lauro Hagemann e o Ver. Dilamar Machado integram essa comunidade da área
da comunicação. Há um processo básico tramitado no Congresso Nacional cujo
relator é o Senador José Fogaça, que ao longo dos anos vem fazendo uma série de
tratativas, reuniões, tanto na área de empresários da comunicação, quanto da
FENAG com profissionais da área da comunicação e outros segmentos da sociedade
no sentido de ter, senão um consenso, ao menos um encaminhamento por maioria. E
embora se tenha restrições, genericamente o projeto atendia algumas situações
concretas da sociedade brasileira. O Ver. Lauro é contrário radicalmente a uma
lei de imprensa. Pessoalmente acho que tem que se ter uma lei para evitar os
abusos ocorridos e dos quais nós enquanto cidadãos e políticos temos sido até
vítimas.
No entanto o que está-se discutindo e que a moção propõe são emendas
que estão sendo apresentadas nas últimas semanas por parte de Dep. Federais ou
Senadores que se sentem prejudicados por denúncias que tem surgido na mídia em
relação à pretensa manipulação do Governo Federal em relação a Deputados
Federais e Senadores.
Quero dizer que embora integrando o PSDB e embora entendendo que faz
parte do jogo político uma eventual coptação ou um debate político, como temos
aqui por parte do Prefeito Tarso Genro em relação aos Vereadores de oposição,
durante toda a tarde de hoje tivemos aqui o Secretário Etzig cooptando os
Vereadores a aceitarem um pedido de urgência, e isso não me parece que seja
anti-ético ou prejudicial a uma discussão política, isso faz parte do jogo
político, portanto me sinto muito tranqüilo em dizer que daí a termos uma
espécie de vingança mesquinha de deputados e senadores que sentindo-se
atingidos em sua “honorabilidade’ querem agora se vingar encaminhando emendas
desse tipo. Realmente é inaceitável. Na prática essas emendas condenam os meios
de comunicação com pesadas multas, de valor na base de 20% da renda bruta da
empresa no ano anterior à condenação, institucionalizam a auto-censura dos
proprietários da mídia sobre os trabalhadores, jornalistas profissionais.
É absolutamente inaceitável esse tipo de legislação, porque é censura
descarada, através da pressão econômica, coisa do tempo do Estado Novo, coisa
do tempo da ditadura de 64 se desencadeou, mas com muito mais sutileza do que
se propõe através das que estão agora sendo propostas ao projeto que o
Congresso Nacional examina. Portanto nesse sentido, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, eu encaminho favorável a Moção do Ver. Lauro Hagemann, porque
atende de fato as correções que nós entendíamos necessárias. Em segundo lugar,
sobretudo, porque ela atende a uma necessidade do interesse público da Nação
Brasileira de ser informada. Se a mídia mentir ou informar mal, é a própria
sociedade brasileira que deverá aprender a se organizar, através das suas
instituições para resistir, sair, denunciar e deixar de ler ou ouvir, ou
assistir aquele canal de televisão ou a emissora que não cumprir com os seus
objetivos.
Lembro de uma certa época em que a TV Globo pagou pesado ônus neste
País, porque à revelia dos jornalistas e seus funcionários, a empresa tinha uma
política que era antipopular, antitrabalhadora. Ela ficou com uma imagem
negativa e perdeu índices significativos de audiência, o que fez inclusive com
que ela corrigisse sua linha posteriormente.
Então eu acredito, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, de que a própria
sociedade organizada é capaz de resistir, denunciar e se opor a esse tipo de
prática. Não será uma legislação de vingança, mesquinha, covarde, que vai
realmente poder coibir eventuais abusos dos meios de comunicação social.
Portanto é fundamental que a Casa se pronuncie a respeito dessa situação e se
pronuncie nos termos da proposição do Ver. Lauro Hagemnn, contra essas emendas,
portanto dentro do que propôs o Líder do PPS. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Dilamar Machado está
com a palavra.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Na realidade a lei que regula atualmente os chamados delitos de
imprensa, foi elabora e sancionada através do general da época, em 1967. A Lei
5.250 é de 1967, a chamada lei de
imprensa.
A preocupação do Ver. Lauro Hagemann é absolutamente correta do ponto
de vista de que os chamados crimes contra a honra, que estão consubstanciados
nos artigos 21, 22 da atual Lei de Imprensa, eles visam a punição não apenas
dos jornalistas, mas também das pessoas, do povo que através dos meios de
comunicação, rádio, televisão, jornais, revistas, periódicos, etc., pratiquem alguns
dos delitos tipificados como calúnia, que é acusação leviana, falsa de que
alguém tenha praticado um crime, a difamação que acusa alguém da prática de um
ato desonroso ou a injúria que atinge a honra da pessoa e o seu próprio decoro
como cidadão.
Na realidade, é absolutamente dispensável o dispositivo da Lei de
Imprensa já que o Código Penal prevê esses mesmos delitos tipificados em seus
artigos respectivos no capítulo dos crimes contra a honra. Mas o que há demais
na Lei de Imprensa além desse “bis in idem”, que também é repetido no código
Eleitoral, prevê os crimes de calúnia, difamação e injúria na propaganda
eleitoral. Prevê a Lei de Imprensa a punição, por exemplo, da apologia do crime
ou do criminoso.
Como é que um jornal sadiamente vai publicar fatos que envolvem o
cotidiano das cidades grandes, metrópoles? Se o jornal publicar que houve um
massacre na Candelária, se alguém tiver uma manifestação, eventualmente, como
articulista, como comentarista, em favor dessa ou daquela figura, poderá ser enquadrado
por apologia do crime ou apologia do criminoso. A Lei de Imprensa prevê também
penalidade para quem divulgar nos meios de comunicação segredo de Estado.
Há pouco tempo, quando se tentou modificar a Lei de Imprensa, eu tenho
literatura a esse respeito, os senadores da República passaram uma tarde no
Senado discutindo e não chegaram a conclusão nenhuma. O que é segredo de
Estado? Quem pode dizer o que é segredo de Estado? Então, tem uma série de
equívocos nessa Lei. Pela sua origem inicial, no tempo da ditadura, é uma Lei
que já desperta desconfiança. Agora, é óbvio que a sociedade não pode ficar à
mercê da irresponsabilidade de eventuais jornalistas, maus jornalistas, ou de
eventuais maus empresários, que utilizam o poder da mídia, às vezes, para destruir
uma comunidade, uma corporação ou uma pessoa, mas para isso o Código Penal está
aí, especialmente na questão dos delitos contra a ONU. Na realidade, essa
Emenda que se refere o Ver. Lauro Hagemann, em sua Moção, ela é extremamente
pesada, inadequada para o exercício da profissão de jornalista. O jornalista
tem o direito, como ser humano até de se equivocar e de errar. Agora, não pode
ser censurado previamente ou não pode sofrer de um processo lento e gradual, de
auto-censura. Isso desfiguraria a própria informação. O jornal que informa mal,
o jornal que mente, que ultrapassa os limites da ética, ou emissora de rádio e
de televisão acaba tendo a rejeição da comunidade. A comunidade pode estar
mal-informada eventualmente, mas ela sente a desinformação, ela sente a má
intenção. Por essa razão, eu já dei o meu apoio com assinatura a Moção e trago
o meu apoio para que seja aprovada essa Moção e demonstre uma posição desta
Casa a favor da livre imprensa e em defesa da liberdade de expressão, de
trabalho e de pensamento, da loboriosa e para nós, Lauro Hagemann e Dilamar
Machado, saudosa classe dos jornalistas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está
com a palavra para encaminhar.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a minha passagem pela tribuna via ser rápida porque na 6a
feira, quando estava para ser votado esse Requerimento, essa Moção, eu me
comprometi com os Companheiros Dilamar Machado e Antonio Hohlfeldt a retirá-la,
temporariamente, para refazê-la, o que foi feito e recebeu a assinatura de
ambos. O que nós pretendemos com essa Moção é secundar o 27o
Congresso dos Jornalistas realizado recentemente em Porto Alegre, que se
pronunciou contra as emendas que estão sendo propostas e que de acordo com a
OAB e outros especialistas não são mais do que uma vingança contra
parlamentares, alguns deles acreditam que seja uma perseguição da imprensa à
atividade parlamentar, que contraria a maioria da cidadania brasileira.
Acredito que a Casa não terá nenhum problema em aprovar essa Moção que
nós encaminharemos às instâncias superiores.
O Ver. Raul Carrion também subscreve a Moção e com isso nós atingimos o
nosso objetivo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos.
Em votação o Requerimento n.º 98/96, de autoria do Ver. Lauro Hagemann. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O próximo Requerimento é o de n.º 100/96, de autoria da Vera. Maria do
Rosário, solicitando Moção de Solidariedade à luta dos familiares dos mortos e
desaparecidos na guerrilha do Araguaia.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Eu gostaria que fosse lido o teor da Moção.
O SR. PRESIDENTE: (Lê.)
“Moção de solidariedade à
luta dos familiares dos mortos e desaparecidos na Guerrilha do Araguaia ao
esforço que realizam para resgatar corpos e reconstituir as condições em que
foram mortos os participantes do movimento ocorrido no Sul do Pará, na década
de 70.
JUSTIFICATIVA
O movimento dos familiares dos mortos e desaparecidos políticos lutou
durante muitos anos para recuperar a memória e os corpos dos desaparecidos na
Guerrilha do Araguaia. Um silêncio completo foi estabelecido diante desse tema
e cogitou-se a possibilidade de que os corpos dos guerrilheiros jamais pudessem
ser encontrados. Recentemente, novos fatos tornaram esse encontro possível e os
familiares têm se mobilizado para resgatar a história dos guerrilheiros e
projetar uma luz sobre a crueldade que cercou o combate do exército à Guerrilha
do Araguaia. A solidariedade a esse movimento é uma forma simples, mas
expressiva, de a Câmara Municipal de Porto Alegre participar desse momento que,
além do significado profundo para cada uma das famílias envolvidas, tem um
significado para a história recente do Brasil.
(a) Maria do Rosário
Vera. PT. ”
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Pedi a leitura integral exatamente por causa disto: o teor de uma Moção
de apoio aos familiares desses desaparecidos qualquer um pode dar. Agora, a
expressão da justificativa não corresponde a verdade, porque é o Governo
Federal quem tem feito esforços no sentido de encaminhamento dessas questões.
Ele pode não fazer como alguns querem, mas é o Governo do Fernando Henrique
Cardoso quem tem viabilizado essa reivindicação que era antiqüíssima. E é uma
injustiça para com o Ministro da Justiça, Dr. Nelson Jobim, e com todo o
trabalho que tem sido feito. A justificativa não é parte integrante, mas será
enviada. Essa Casa não pode aprovar essa Moção que não corresponde a verdade.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. O Ver. Pedro
Américo Leal está com a palavra para encaminhar.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, acho muito justo que pais procurem os corpos de seus filhos; nada
há contra isso. Agora, o que foi o problema do Araguaia? Foram guerrilheiros
que partiram para uma região do País com a decisão de colocarem o Governo
abaixo. O que poderia fazer esse governo? Reagir! Revidar, e revidou com tropa
altamente especializada. É uma guerra de vida e morte. Não tem o que voltar:
são eles ou nós. E tivemos o desprazer de exterminar com os guerrilheiros. O
que poderíamos fazer? Deixar os guerrilheiros tumultuando? Era uma luta de
morte. Não havia o que recuar. A guerrilha do Araguaia era uma página que não
deveria ser reaberta na história do Brasil, a não ser para resgatar os corpos,
o que acho muito justo. Agora, não podemos embaralhar as coisas. A guerra do
Araguaia fora feita por tropas comunistas e como tal foram tratadas num momento
histórico do País.
Tiveram a reprimenda talvez um pouco exagerada de soldados
profissionais, mas o que é que se podia querer? O que é que se podia desejar?
Tropa paraquedista, altamente especializada, foi uma verdadeira luta
desproporcional, mas como tal tinha que ser feita. Não quero me estender mais
sobre o problema do Araguaia, eu conheço bem. Achei que era página encerrada no
Brasil, mas a Vera. Maria do Rosário desenvolveu isso, fez uma Moção, suas
constantes moções que correm neste Plenário levantando, subvertendo, e tornando
a inimizade entre os vereadores.
Eu não assino isso porque eu sei muito bem o que foi a Guerra do
Araguaia, era eles ou nós, e só deu nós porque éramos em maior número e
desproporcional a luta, mas o que é que se vai fazer deixar isso tomar corpo,
tomar o Brasil, o que teria acontecido se tivesse sido vitoriosa essa guerra? O
secretário do Ministro Jobim é um homem, se não me engano, é o José Gregório,
ele tem constantemente eriçado as coisas nesse sentido. Procura ele trazer à
baila esses momentos tumultuados deste País, não cessa nunca. José Gregório é
um homem que está constantemente evoluindo em relação a esses fatos, tal qual a
Vera. Maria do Rosário. Não temos mais nada a acrescentar a isso.
É uma moção que eu não assino, acho que o meu colega Ver. João Dib
também não assina, não posso pretender aconselhar aos colegas vereadores não
assinar porque não guardam eles as mesmas resistências que eu guardo, mas de
qualquer maneira foi uma baila indevida que correu por este Plenário e muito
mal inspirada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mário
Fraga): O
Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, com todo o respeito quero discordar de V. Exa, Ver. Pedro Américo
Leal, pedir desculpas, mas vou dar um “recadinho”.
Queria dizer que ninguém fez, faria o que foi feito pelos ditos
“Guerrilheiros do Araguaia”, se existisse espaço democrático para lutarem pelos
seus ideais aqui! Eles não foram para Araguaia com a intenção de derrubar o
governo! Foram, sim, para o Araguaia, porque tinham que se esconder em algum
lugar, porque senão seriam banidos. V. Exa. disse que eram comunistas, isso era
a praga; era o perigo para o sistema. Deram o golpe, em função do comunismo - o
que não é verdade -, mas deram o golpe em função de interesse econômico;
botaram a quinta frota na beira da Baia da Guanabara, assustaram o Brasil
inteiro, deram o golpe e, até hoje, estamos sofrendo as conseqüências.
Agora, perdoe-me, ninguém foi para o Araguaia com a intenção de
derrubar o governo, mas foram com a intenção de criar um movimento de
repercussão nacional e internacional para dizer que não concordava com o regime
que tinha se instaurado. Não concordavam e tinham todo o direito em não
concordar. Hoje, quem não concorda tem o direito de fazê-lo. Se dissesse isso,
naquela época, estaria preso, punido por um ato institucional.
Então, hoje, felizmente, neste aspecto, formalmente, temos o direito de
dizer o que pensamos. Quero dizer ao ilustre Vereador: foi um extermínio
desnecessário, cruel, mortes jamais esquecidas, injustificáveis de idealistas
tão brasileiros, tão democratas e tão queridos como todos nós! Mas tinha aquela
coisa do anticomunismo, em nome do anticomunismo fazia-se tudo. Há generais que
deram nome a determinadas ações, acabaram matando o Maringuela e outros -
Operação Oban -, deixou marcas indeléveis na história do nosso País que jamais
serão esquecidas. Essa Moção, no meu entender, tem essa virtude: dizer que tem
que ser resgatada essa história. E mais, não é iniciativa do Governo Federal,
ele está tomando algumas iniciativas, em função da pressão que sofreu e
inclusive porque quer ter um assunto desse lado da história para desviar as
suas incompetências nos outros lados; está lá o Ministro da Justiça, que é
gaúcho, tirando proveito disso aí. Ele não tomaria atitude espontaneamente
senão fosse a pressão.
Eu queria encaminhar favoravelmente, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, eu sei que a Vera. Maria do Rosário, autora da Moção também vai
encaminhar. Mas eu queria discordar de V. Exa. numa questão básica: não houve
insurreição armada contra o governo. Houve um movimento, como tantos outros na
História, que nos dignificam. Lembro os movimentos feitos pelo Che Guevara,
maior herói de todos esses tempos, no meu ponto de vista. Um homem que deixou
marcas da luta pela liberdade, da luta pela dignidade da vida e que também foi
morto na Bolívia.
Eu tive colegas de época de faculdade que optaram por esse tipo de
caminho porque estavam sendo banidos, estavam sendo presos, eu fui preso várias
vezes, mas resolvi ficar aqui, nem que me prendessem de novo, resolvi ficar
fazendo sindicatos, tudo o que fosse possível, dentro daquela clandestinidade,
entre aspas, que vivemos durante vários anos. Nós conseguimos e até fundamos um
partido, fundamos a CUT, fizemos algumas coisas que acho importante. Só que
aqueles jovens idealistas que foram para o Araguaia, no meu ponto de vista,
equivocados porque deveriam ter mudado de atitudes no meio do caminho para não
serem mortos, eles devem ser considerados heróis e nós devemos resgatá-los na
História do Brasil. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está com
a palavra, para encaminhar.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, encaminho pelo PC do B. Há praticamente quatorze anos, em
12.04.1972, trabalhadores, comunistas, camponeses que habitavam na Região do
Araguaia, no Sul do Pará, sofreram a investida de tropas militares e resolveram
tomar o caminho da resistência armada. Surgiram as forças guerrilheiras do
Araguaia, na qual participavam gaúchos, como o médico João Carlos Vaz, como o
metalúrgico Umberto Bronca que, inclusive no dia de ontem a sua mãe recebeu uma
indenização de cem milhões de reais, pelo brutal assassinato covarde que as
Forças Armadas perpetraram naquela ocasião. Menos de cem guerrilheiros
dirigidos pelo Partido Comunista do Brasil, que mostrou nessa ação a sua
conseqüência revolucionária, enfrentaram durante três anos, forças militares
maiores do que as que foram mandadas para a Europa para combater o nazismo.
Mais de vinte mil homens da armada, da Força Aérea e das forças terrestres,
foram três campanha de cerco militar resistindo, porque o povo da Região nos
apoiou, se não fosse assim não teriam resistido. Contra eles não se observou
sequer as leis internacionais de Genebra que mesmo em tempo de guerra se
respeitam, quando presos e imobilizados eram assassinados e torturados. Isso,
se era pior do que as barbaridades que estão acontecendo hoje na Libéria e que
está aparecendo no jornal.
Esses homens e mulheres chefiadas pelo líder Oswaldão que foi degolado,
depois de preso pelas forças armadas, como o ex-Deputado Federal Maurício
Gabrões, como a ex-Dirigente da União Nacional dos Estudantes Elenira Resende e
tantos outros patriotas, que, mesmo depois de presos, eram torturados e
liquidados. Não é a guerra que faz isso, e ainda vem alguém aqui defender essa
questão.
Então queremos dizer que não eram eles os subversivos, mas foi quem, em
1964, rasgou a Constituição deste País, depondo o Presidente da República que
existia. Estes foram os subversivos, não foi o povo. E até Santo Tomás de
Aquino diz que um povo que vive sob a tirania tem o direito e o dever de se
levantar para derrubar os tiranos. E custou muitos anos. Foi de 1964 a 1985,
vinte e um anos, mas o regime militar caiu e a luta do povo é que o derrubou. E
o Araguaia está marcado em letras indeléveis nesta luta do nosso povo, que
mostra que resistiria de qualquer forma.
Quero dizer que em 1972 iniciou-se essa luta, e muitos se refugiaram
lá, como disse o Ver. Clovis Ilgenfritz. E eu, aqui, em 1971, sofri na carne a
tortura do Delegado Sellig, do Major Átila e muitos outros bandidos, porque
este é o único termo que pode-se dar para quem toma prisioneiros e os trucida e
os tortura. Eu digo, aqui, por outros, eu digo por mim, que fui torturado pelas
forças militares e pelas forças policiais desse regime nefando ao qual o povo
já deu uma página virada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Requeiro uma cópia do
pronunciamento do Ver. Raul Carrion e que me seja remetida.
O SR. RAUL CARRION: Está autorizado, porque não
temo as forças repressivas.
O SR. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito
para encaminhar o Requerimento da Vera. Maria do Rosário é o Ver. Airto
Ferronato, pelo PMDB. Desiste.
A Vera. Maria do Rosário está com a palavra.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o sentido desta Moção é o da solidariedade. O sentido desta Moção é
o da solidariedade plena à luta dos familiares que não acontece somente nos
dias de hoje, mas que já tem cerca de 24 anos que as famílias dos desaparecidos
e assassinados no Araguaia procuram pela sua gente, buscando o direito
inalienável e básico de saber o que aconteceu com aqueles que conviveram
durante parte de suas vidas, vinte e quatro anos é muito tempo. Esse tempo pode
deixar a dona Ermelinda Bronca com seus cabelos mais brancos nos seus 90 anos.
Mas a dona Ermelinda Bronca com a sua lucidez de mãe, lucidez de quem se
preocupou durante uma vida inteira com o seu filho Berto Bronca e que trago
como símbolo neste momento, essa mãe tem a coragem de chegar frente ao
Presidente da República, receber a indenização que é o reconhecimento do
Estado, deste País dos crimes cometidos contra cidadãos que lutavam pela
liberdade, direitos humanos e justiça social o Araguaia e em todos os cantos
deste País. Essa mãe tem a coragem de doar esses 100 mil reais para a luta,
para a empreitada de buscar saber onde está o seu filho, onde estão aqueles
filhos de tantas mães, aqueles irmãos, companheiros e amigos, que não cometeram
qualquer crime, mas que morreram, foram abatidos depois de presos, depois de
capturados, quando já não estavam mais em combate, por uma plena covardia.
Tantos nomes poderíamos dizer aqui: Lenira Resende, Dina, Maurício
Grabois, Osvaldão, João Carlos Ross Sobrinho, Gilberto Bronca, e tantos
patriotas, alguns deles que temos a honra de termos escrito num monumento na
Cidade de Porto Alegre, a partir do voto dos senhores Vereadores, no Parque
Marinha do Brasil para que a posteridade conheça, para que as novas gerações tenham
a capacidade de amar o seu País como eles tiveram, tenham a capacidade de lutar
por um ideal como eles tiveram, e que de fato se consiga que essas novas
gerações do presente tenham um ideal além do individualismo, além dos valores
pequenos, amesquinhados que esse sistema nos coloca todos os dias, o ideal da
defesa do ser humano, da democracia e da justiça social, acima de tudo. Quero
dizer que a nossa Moção faz referência ao pouco empenho do Governo Federal para
de fato conhecermos o destino daqueles cidadãos brasileiros, homens e mulheres,
que tombaram no Araguaia. É importante que se diga e eu quero dizer
especialmente ao Ver. Antonio Hohlfeldt que as famílias dos desaparecidos, até
este momento, estão buscando seus familiares com os seus recursos. É muito
grave se dizer que apesar de toda a propaganda na Folha de São Paulo, no Globo,
no Correio Brasiliense, na nossa Zero Hora, da imprensa em todo este País estar
noticiando com destaque o descobrimento desses cemitérios, dessas covas onde
estão aquelas pessoas que lutaram na Araguaia, apesar de toda a imprensa estar
noticiando e apesar de na 2.a feira, ter sido lançado um Programa
Nacional dos Direitos Humanos, os familiares, os peritos, o Movimento dos
Direitos Humanos, inclusive os representantes do Governo, não se deslocaram,
Ver. Antonio Hohlfeldt, ao Araguaia com apoio oficial, foi a avião da Rede
Globo de televisão que levou esse grande número de pessoas até lá, inclusive, a
Sra. Criméia Alice Schimith de Almeida para quem nós dirigimos a Moção, que é
familiar de desaparecido no Araguaia e que está em luta para que aquilo seja
recuperado de outra forma.
Quero dizer em que condições aquelas pessoas foram assassinadas, não
está sendo pago porque o trabalho dele é voluntário e foi a Assembléia do Estado
do Rio Grande do Sul, através da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, que
pagou a viagem deste perito para aquela região, porque o Governo Federal não se
responsabilizou e não está pagando.
Ainda que esse legista não cobra qualquer coisa e que a dona Ermelinda,
neste momento, doa os seus 100 mil reais que é o reconhecimento de que o seu
filho foi assassinado, somente porque o apoio efetivo do Governo Federal não
chegou e nós já estamos cansados...
(O
Sr. Presidente, Ver. Mário Fraga, desliga o som da oradora.)
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Sr.
Vereadores, começo com a menção final da Vera. Maria do Rosário, que eu deixo
como verdadeira, porque não posso contestá-la e nem ratificá-la. A Assembléia
do Estado do Rio Grande do Sul, presidida por um deputado da antiga ARENA, do
antigo PDS, pagou a viagem do legista da Argentina. Então, em nome disso que eu
quero um mínimo de respeito à verdade. Contrabando e justificativas para votar
coisas que nenhum de nós vai ser contrário, eu não aceito, Vera. Maria do
Rosário. Como é um absurdo ouvir do Ver. Clovis Ilgenfritz - e V. Exa. repete -
que o governo lucra e o governo faz
propaganda com uma coisa. Se o governo não fizesse, ia ser atacado porque não
fazia; agora, porque faz é atacado, porque faz e propagandeia. Quem entende de
propaganda, Ver, é o Prefeito Tarso Genro.
Então vamos botar os pingos nos “is”. Se V.Exa quer fazer uma Moção de
protesto ao Governo Federal, porque não ajuda e não financia, eu assino com V.
Exa, mas não vamos fazer contrabando. Se V. Exa quer uma Moção de apoio aos
familiares, eu assino, mas não no contrabando de justificativa. Isto eu não
aceito. E todo o tempo nós temos aproveitado aqui uma série de moções para
contrabandear permanentemente críticas ao governo, ou estadual ou federal ou
municipal.
Eu assumo o que eu faço e não o que os outros fazem, Ver. José Valdir.
Eu quero protestar aqui e, nestes termos, eu voto contra. Não à Moção. Nada a
tirar ou acrescentar à Moção, mas eu não aceito a justificativa, porque,
inclusive, acho que ela não corresponde à verdade, de que realmente sem efetivo
apoio dos órgãos governamentais. Eu não sei se V. Exa ouve a Hora do Brasil,
mas eu ouço. E permanentemente o Ministério da Justiça tem feito chamadas para
que alguns dos parentes que ainda não haviam feito os encaminhamentos dos
documentos o fizessem. Um dos quais, a família do meu ex-colega do Julinho,
Luiz Eurico Teixeira Lisboa, que não fez o encaminhamento. E eu dizia à Noeli,
que é irmã do Luiz Eurico: “Se Suzana, a viúva, não quer pegar o dinheiro, tudo
bem”. Mas tinha obrigação de pegar o dinheiro para fazer o que essa outra
senhora fez: pegar o dinheiro a que ela tem direito e, em nome da memória do
Luiz Eurico, entregá-lo ao Movimento. Mas dizer que o Governo não tem
participado, que não tem apoiado, é mentira! Não aceito isso! O Sarney não teve
coragem de fazê-lo. O Collor não teve coragem de fazê-lo. O Itamar não teve
coragem de fazê-lo. O Presidente Fernando Henrique teve. Ou apenas se quer sem
e, senão, “pau” em cima. Isso não é política; isso é má-fé política. Não admito
esse tipo de coisa. Chega de fazer tergiversação sobre uma coisa que é
extremamente séria. É a vida de brasileiros que estamos discutindo.
Conheci, Ver. Carrion, o jovem Luiz Eurico. A irmã dele foi minha
aluna. Numa época em que muita gente se escondia para falar disso, eu falava,
na minha sala de aula, a respeito disso. Publiquei um artigo no “Correio do
Povo” quando se descobriu o corpo do Luiz Eurico. Então, posso estar discutindo
isso hoje, com absoluta tranqüilidade, quanto à veracidade dos fatos. Respeito
aquilo que é possível. Tenho certeza de que, se o Governo Federal pagasse tudo
o que a Vera. Maria do Rosário cobra, a oposição seria a primeira a dizer que o
Presidente está desviando dinheiro. O Governo não pode - e a Vereadora deveria
saber disso - pagar uma coisa para a qual não existe determinação legal. Seria
desvio de verba pública. Então, V.Exa. não pode cobrar algo que o Governo não
pode fazer, Vera. Maria do Rosário. E se a TV Globo fez, não fez nada mais do
que resgatar algo do muito que deve para este País. Eu gostaria de ver o
pessoal viajando no avião da TV Globo.
Estou de acordo com o teor da Moção, mas, junto com ele, vai a
justificativa. E essa justificativa não é verdadeira. Com essa justificativa eu
não apenas voto contrário como farei Declaração de Voto expressando isso que
registro aqui. A Moção? Sim. O apoio aos familiares e ao Movimento de Resgate?
Sem dúvida. Mas com verdade, sem passar, de contrabando, coisas que não têm
nada a ver diretamente com o assunto. Seria um desrespeito.
O Secretário do Ministério da Justiça tem-se empenhado para encaminhar
algo que é uma reivindicação legítima de parentes, mas que é também aquilo que
é possível fazer. E aquilo que é possível fazer é muito mais do que se
esperaria que pudesse ter sido feito até então. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário
está com a palavra.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, no sentido
de atender o que o Ver. Antonio Hohlfeldt coloca, porque o conteúdo da questão,
para mim, é o mais importante, e o corpo da Moção somente fala na Moção de
Solidariedade indicada à Sra. Criméia Liz Schimidt, e, na justificativa, o Ver.
Antonio Hohlfeldt levanta, não foi a
intenção desta Vereadora, e, portanto, sinto-me à vontade de retificar e
encaminhar da forma como o Vereador colocou, numa outra moção à outra matéria.
Então, retifico, retirando:”... mesmo sem o efetivo apoio dos órgãos
governamentais... Faço isso em nome de conseguirmos um bom encaminhamento para
esta questão, que é cara para todos nós.
O SR. PRESIDENTE: Com a concordância dos
demais Vereadores, então, foi retificada a justificativa.
Colocamos em votação a Moção de autoria da Vera. Maria do Rosário.
Em votação. Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO o Requerimento n.º 100/96, contra os votos dos Vereadores
Pedro Américo Leal e João Dib.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Coloquei,
há vários dias, um requerimento sobre gastos do Prefeito com o Fórum do Banco
Meridional, documentado, por escrito, como me foi solicitado e não vejo esse
documento ser trazido ao exame do Plenário.
O SR. PRESIDENTE: Logo, terei a resposta a V.
Exa.
Requerimento n.º 99/96, de autoria do Ver. Dilamar Machado, Moção de
Apoio ao artigo intitulado “Moinhos de Vento”, de autoria do historiador Décio
de Freitas, publicado na página 12 do jornal “Zero Hora” do dia 12.05.96.
Solicita ainda seja o artigo inserido nos Anais da CMPA.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
É a seguinte a matéria a ser inserida nos Anais:
“MOINHOS DE VENTO
Décio Freitas *
Uma noite dessas, TVCOM
promoveu uma “conversa cruzada” sobre o “beau quartier” da cidade - o bairro
Moinhos de Vento. Prevaleceram os comentários sobre a aprazibilidade, a
elegância, o encanto do bairro. Faltou comentar a dramática transformação que
se opera no seu semblante: ele está deixando de ser um bairro residencial
exclusivo e se tornando um bairro comercial. A transformação parece
incontrolável.
Vale lembrar que o Moinho de Vento nasceu no início do século, no bojo
do grande processo de modernização da cidade promovido pelo emergente regime
republicano castilhista. O Império mantivera a estrutura e a fisionomia urbana
do caótico, desconfortável e feio burgo colonial. O regime republicano, na
perspectiva progressista e modernizadora
que o animava, empenhou-se em criar uma cidade funcional e aprazível. A velha e
aristocrática elite imperial vivia em pesados e desgraciosos sobrados, num
espaço delimitado pela Rua da Praia, pela Rua de Bragança (Mal. Floriano), pela
Rua da Igreja (Duque de Caxias) e pelo rio. A nova elite, voltada para a
industrialização, quis criar seu próprio bairro, discretamente atrativo e
elegante. Procurou-se dar ao bairro um caráter exclusivamente residencial. O
gosto da arquitetura podia, às vezes, ser duvidoso, mas em compensação não
pecava pela vulgaridade ostentatória. Adequava-se à austeridade positivista dos
republicanos castilhistas e à circunspecção de uma burguesia que dava os
primeiros passos na aventura industrializante. Quando mais tarde surgiu na
cidade uma arquitetura de edifícios horrendos, os casarões de Moinhos de Vento,
por força do contraste, adquiriram um grande encanto. As ruas tranqüilas,
ensombradas e agradáveis, comparadas à trepidação, à promiscuidade e à feiúra
que tomavam conta da cidade, reforçaram a sedução do Moinhos de Vento.
Mas um dia o bairro começou a morrer. Mais e mais, os casarões são
demolidos para dar lugar a edifícios predominantemente comerciais, pois a lei
municipal os favorece, em detrimento dos edifícios residenciais. Atraídos pelo
poder aquisitivo do bairro, instalam-se bancos, lojas, escritórios, clínicas,
restaurantes, casas noturnas. O trânsito sobretudo na antiga Estrada dos
Moinhos de Vento, é cada vez mais pesado e tumultuado. As poluições se
multiplicam, a começar pelas sonoras. A duras penas, o Parcão consegue se autopreservar, mas praças
menores são relegadas ao abandono. Os passeios públicos, usados cada vez mais
para estacionamento, sofrem crescentes estragos. A qualidade da vida urbana se
deteriora. O Moinhos de Vento já não é mais bairro exclusivamente residencial.
Mas o pior talvez ainda esteja por vir.
A cidade está em busca de um novo centro urbano, e cabe suspeitar que o
Moinhos de Vento esteja fadado a esse papel. Pois o velho Centro histórico está
completamente degradado. Seus espaços públicos - ruas, passeios públicos,
praças - foram invadidos e privatizados para dar lugar a um imenso e
avassalador bazar ao ar livre. À noite, abundam antros e covis ignóbeis, e é
uma aventura perigosa andar pelo Centro. Em conseqüência, estão fechando os cinemas,
as lojas, os restaurantes, os clubes; as instituições culturais públicas são
cada vez menos freqüentadas. Transita-se pelo Centro por necessidade ou
obrigação, mas ele deixou de ser o espaço da convivência urbana. Sua
recuperação, se tentada, exigirá pelo menos o tempo de uma geração. O Centro se
tornou periferia - e não por acaso. Supõe uma míope política urbana que a
generalização da periferia é uma prática democrática e uma forma de justiça
social. Hoje a vida urbana da cidade tenta se refugiar e confinar nos
“shoppings”, mas esses espaços claustrofóbicos se prestam mais ao consumo
compulsivo do que ao intercâmbio humano. O Moinhos de Vento é cada vez mais o
que se parece a um centro urbano.
Está selado o destino do bairro: cada vez menos residencial e cada vez
mais comercial. Não há incompatibilidade absoluta entre o residencial e o
comercial; não existe verdadeira vida urbana sem comércio. Afinal, a cidade e a
civilização nasceram no lugar da troca. Mas o comércio moderno não é o
primitivo arraial de mascates. E, em matéria urbana, a auto-regulamentação não
funciona. Será um desastre se o poder público tratar o novo Moinhos de Vento
com a mesma sórdida negligência que transformou o velho Centro numa porcaria
urbana.
*Historiador.”
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): Vamos
suspender os trabalhos por um minuto para responder ao Ver. João Dib.
(Os trabalhos são suspensos às 17h36min.)
O SR. PRESIDENTE (às 17h37min):
Estão
reabertos os trabalhos. Até o final da Sessão daremos a resposta ao Ver. João
Dib. Possivelmente o Requerimento esteja na CCJ.
Passamos ao
GRANDE EXPEDIENTE
O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra. Ausente. A Vera. Maria do
Rosário está com a palavra. Desiste. O Ver. Mário Fraga está com a palavra.
O SR. MÁRIO FRAGA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores; Bancada da Administração Popular, é para vocês que vou falar, com
certeza. Vamos falar sobre o Orçamento Participativo, já que eu, Vereador de
oposição sou o que mais freqüenta as reuniões do Orçamento Participativo.
Depois, talvez, os Vereadores Milton Zuanazzi, Luiz Negrinho, mas de oposição
não tão ferrenha, sou eu que mais freqüento. Gostaria de falar sobre a minha
Zona: a Zona Sul.
Faz tempo que não falo aqui, o Embaixador sabe disso. Estou há tempo
esperando o Grande Expediente, passei 45 dias esperando para hoje poder falar.
Os Vereadores da Administração Popular estão presentes na sua grande maioria. A
obra que foi prometida para Belém Novo em 1995, Vera. Helena Bonumá, através do
Orçamento Participativo, a Rua Santo Ângelo, que é na frente da Estação dos
bombeiros, é necessária a pavimentação, obra prometida no caderno de 1995 ainda
não iniciou. E eu vou às reuniões. Depois de 1995, Ver. Dilamar Machado, V.
Exa. que gosta de críticas, saiu o caderno de 1996. V. Exa. pode olhar. Temos
em Belém Novo mais duas ruas para ser asfaltadas: a rua João Vieira de Aguiar
Sobrinho e a rua Podalírio Teixeira Machado. Está no caderno que o Ver. Dilamar
Machado tem na mão. Não entendo: batalham, brigam por tudo, pelo Orçamento
Participativo, prometem e, desde 1995, Ver. João Verle, e o Prefeito Tarso
Genro, a meu pedido, aqui da Casa, e o Líder do PT levou e colocou em
prioridade a rua Barão do Santo Ângelo pelo motivo que eu falei que é a saída
dos bombeiros da Zona Sul. A única Estação do Bombeiros que tem, depois da
Assunção, é Belém Novo e é a rua Santo Ângelo. Esta rua é promessa de 95 e até
agora não foi feita e outras duas de 96, também, não foram feitas. De 96, Ver.
Lauro Hagemann, podemos dar uma tolerância, pois estamos em maio. Mas de 95 e
na frente dos bombeiros, uma rua que é necessária não saiu do papel.
Agora, para falar do Orçamento Participativo eu trago uma carta, não é
denúncia Ver. Guilherme Barbosa. Papel timbrado da Prefeitura, Secretaria
Municipal de Obras e Viação, Divisão de Controle. Uma rua que está fechada, que
teoricamente, no papel é uma rua, consta no mapa como rua, mas não existe. A
SMOV vai até esta rua e intima um morador, apenas um morador que tem um muro em
cima desse próprio municipal que seria a rua
e diz aqui. (Lê.)
“Tenho em vista o indeferimento de todos os recursos administrativos
ingressados nesta SMOV...” O morador estava pedindo sobre o caso do muro.
“Quanto a desocupação do leito da rua Paraguai. Tendo em vista ainda que a
Prefeitura decidiu abrir a rua.” Um monte de gente querendo arrumar a rua, a
Prefeitura decide abrir a rua, Ver. Lauro Hagemann, mas agora que vem o
importante. “Ainda que em caráter precário ...” Vai abrir a rua, sabendo que
não tem como fazer infra-estrutura. A gente sabe que a crise, a situação
difícil e outros compromissos da Administração Popular não vai ter condições de
realizar a infra-estrutura nesta rua. Mas aqui ela diz: “Tendo em vista ainda
que a Prefeitura decidiu abrir a rua, ainda, que em caráter precário, comunico
a Vossa Senhoria que se não forem os trechos irregularmente invadidos, a
própria SMOV o fará.”
Ela quer dizer que vai demolir o muro que tem nesta rua. O que eu
queria colocar sobre este Ofício da Prefeitura que manda para o morador é que a
gente com tantas necessidade na Cidade a Prefeitura vai procurar uma coisa para
fazer: Eu não entendo isso e eu não sou disso e os poucos Vereadores que me
escutam sabem que eu não sou disso. Agora, pegar um negócio que não tem
fundamento, eu fui lá para ver essa rua, o que sai o onde sai. Não sai em lugar
nenhum e não fica em lugar nenhum. Realmente, é numa zona nobre. Agora, vão
abrir para dar guarida para assaltantes, fazer algum esconderijo, alguma coisa
assim, enquanto que hoje a rua está fechada e não está atrapalhando ninguém, ou
seja, deve estar atrapalhando uma ou duas pessoas, senão a SMOV não faria isso.
Eu não consegui descobrir ainda e nem fui atrás, trouxeram-me isso, completamente
fora da minha Zona, eu só peguei porque achei injusto, principalmente porque
estou querendo que abram as minhas ruas lá em Belém. E, esse pessoal não está
querendo que abra a rua e estou querendo, é bem o contrário. Gostaria então que
a Administração Popular desse uma olhada para minha satisfação, a maioria dos
Vereadores da Administração Popular encontram-se aqui e um dos maiores críticos
da Administração Popular, do nosso Partido Ver. Dilamar Machado também está
aqui. Ver. Dilamar Machado V. Exa. sempre critica e com razão e isso é mais um
para V. Exa. guardar nos seus arquivos e para poder dizer o que acontece no
Orçamento Participativo. Mas, felizmente ou infelizmente, vou continuar indo as
reuniões do Orçamento Participativo, principalmente se for na Zona Sul da
Capital.
O Sr. Dilamar Machado: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Mário Fraga, eu tenho aqui o caderno: Plano de
Investimento de 1996, do Orçamento Participativo, onde está previsto aqui a
pavimentação da estrada Retiro da Ponta Grossa: 600 metros; Estrada de São
Caetano: 400 metros; estrada Chapéu do Sol, a partir da Pedro Américo: 308
metros; Rua João Vieira de Aguiar S.º. entre a Juca Batista e a Francisco
Vieira: 175 metros; Rua Euclides Goulart, a partir da Av. Beira-Rio: 125
metros. Estas obras tiveram início, Vereador?
O SR. MÁRIO FRAGA: Nenhuma. O trecho novo no
Chapéu do Sol não foi feito ainda, Ver. Guilherme Barbosa, mesmo porque aquele
plano é de 1996. E o plano de 1996 não começou nenhuma obra. Ver. Dilamar
Machado, não foi executada nenhuma obra. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Milton Zuanazzi está
com a palavra. Ausente. Ver. Nereu D’Ávila. Ausente. Ver. Paulo Brum. Ausente.
Pedro Américo Leal.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Eu venho à tribuna para, com muita reticência, protestar contra o
governo municipal, que sempre me atende. Eu sou um vereador que sou muito
atendido pelo governo municipal. Quero fazer um destaque em favor do Prefeito
Tarso Genro. Esta reclamação em absoluto, tem a ver com ele. Eu venho
incessantemente há um ano, protestando junto à Secretaria de Transportes e à
Secretaria de Obras, para que tome nota do que se dá na entrada da nossa
Câmara. É inexplicável porque o acesso à Câmara, quem vem bairro-centro,
através da Loureiro da Silva, é interrompido repentinamente por uma carreira de
automóveis que não logra passagem, devido ao tempo demasiado da sinaleira, que
está certa, porque ela deve dar o acesso à Loureiro da Silva no trajeto
centro-bairro e, no entanto, eu tenho pedido ao Sr. Secretário, Bertoto, se não
me engano o nome dele, para que ele dê um alargamento dessa entrada, faça
apenas um desobstrução da calçada. Ele pode fazer num dia isso, e não é feito.
Não sei por que o trânsito é interrompido e eu fico revoltado porque são
quatro, cinco, automóveis que impedem o acesso de outros, eu não sei quem são.
Eu estou tendo uma visão coletiva. Não é o meu bairro. Eu estou protestando
pela coletividade, pelo acesso à Câmara.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V. Exa. toca numa coisa que tem me preocupado
igualmente. Se V. Exa. permite, na verdade, é mais do que V. Exa. está
colocando. Ontem, na saída da Câmara, como a Brigada Militar tem a péssima
mania de estocar ônibus neste espaço que é da Câmara, e, que é usado “ad
libitum”, como se diz na linguagem musical - à vontade -, o que nós temos é uma
questão de segurança de pedestre e de motorista, porque, quando o pedestre está
saindo - e olhem que o movimento ali, durante o dia, é complicado por causa da
Fazenda Federal -, ou quando o motorista, seja alguém que vem aqui à Casa, seja
funcionário da Fazenda Federal, ou que vem ao Parque, está saindo ou entrando
com a viatura, há momentos em que temos um cruzamento em 5, 6 direções
diferentes. Não deve ser raro para V. Exa., como não é para mim e para outros
Vereadores, que, às vezes, está-se adiantando o carro porque o sinal abriu, e
há um pedestre cruzando desavisadamente, porque nem faixa de segurança nós
temos ali; não há placas, não há nada. É uma terra-de-ninguém que, mais do que
a SMT ou a SMOV - essa apenas cumpriria o fazer uma obra - envolve a própria
SMAM que está sendo omissa na questão que envolve um parque. Há também os
motoristas que trafegam por ali a 50 km por hora, o que é um acinte à segurança
dos pedestres. Então, na verdade, eu me congratulo com V. Exa., pois essa é uma
questão com a qual eu tenho me preocupado. Outro dia, a SMIC esteve ali para
tirar os vendedores ambulantes - aquilo já estava virando um mercadinho persa
na fronteira entre o Parque e a Fazenda Federal - porque aquilo parece até uma
provocação a ou descaso com a Câmara. Está entregue: quem chegar, ocupa, bota a
barraquinha e vira dono.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: V. Exa. vem abrilhantar o
meu pálido pronunciamento com o seu aparte. Na verdade, é inexplicável que os
carros que querem ir para a esquerda, que querem seguir rumo à Cidade ou rumo
ao Ministério da Fazenda não possam fazê-lo, porque aquilo atabalhoadamente se
dispõe e forma-se uma fila por um, interditando, praticamente a Loureiro da
Silva. E o Secretário Bertotto é completamente indiferente a isso. Estou
fazendo o destaque do Prefeito, que nada conhece disso: eu nunca falei com o
Prefeito sobre esse caso porque pensei que pudesse resolver pessoalmente com o
Sr. Secretário. Eu apenas solicito que ele desobstrua a calçada; nenhuma obra é
necessária. Basta retirar aquela esquina de calçada que há ali, emparelhar
aquela calçada, e ele permanece indiferente a esse brado. Há um ano falo desta
tribuna, já pedi a ele, e ele não se abala. Não sei o que fazer mais porque na
verdade não se justifica, é uma obra de um dia. Eles colocaram uma fixa
iluminada de balizamento para os carros ficarem, mas os carros não podem ficar,
eles procuram se ajustar. O motorista desavisado chega no obstáculo e pára,
porque não pode sair para a esquerda, ir para a frente, é um tumulto completo.
Lastimo que o meu único pedido, que não teve absolutamente aceitação da
Prefeitura e dos órgãos pertencentes a ela foi esse. Acho que devo ser uma
pessoa que não sou grata ao Sr. Secretário, não sei por quê.
V. Exa. repare, Ver. Antonio
Hohlfeldt, que é uma solicitação que visa melhoria para a Câmara. É um pedido
coletivo. Não tenho nenhuma intenção de benefício próprio, quero apenas que a
Câmara receba melhor as pessoas que a procuram, que tenha uma entrada melhor.
Não sei mais o quê fazer. Deixo aqui registrada a minha repulsa, a
minha reclamação ao Sr. Secretário, pedindo que ele se digne a olhar por isso.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrado o Grande
Expediente, visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h55min.)
* * * * *